Estima-se que 20% da população mundial sofram com urticária em algum momento da vida¹. Mas apesar de ser comumente conhecida por uma reação alérgica, a urticária pode causar problemas que vão além da pele vermelha e coceira constante. Na urticaria crônica espontânea (UCE), os sintomas persistem por mais de 6 semanas e não há um agente conhecido causador da doença. Com isso, os pacientes sofrem não somente com os impactos das lesões avermelhadas, da coceira intensa e do inchaço geralmente doloroso, mas também com a insegurança de que a doença pode se manifestar a qualquer hora e em qualquer local.

Mais de 50% dos pacientes com UCE não respondem ao tratamento com anti-histamínicos, atual terapia padrão². Para esses casos, o medicamento omalizumabe tem se destacado como uma nova opção para cessar os sintomas da doença. Dados da Fase III do estudo GLACIAL mostraram que na 12º semana de tratamento, mais da metade dos pacientes (52%) em tratamento com omalizumabe 300mg tiveram os sintomas da doença (coceira, urticária) bem controlados e 36% não apresentavam mais nenhum sintoma³.

O estudo também avaliou o impacto na qualidade de vida, uma medida importante, pois até 80% dos pacientes com UCE sofrem efeitos negativos, incluindo privação do sono, falta de energia, ansiedade, depressão e isolamento social. Aqueles que recebem omalizumabe tiveram quase o dobro da melhoria em qualidade de vida medida em comparação com placebo, avaliada pela melhoria da linha de base no Dermatology Life Quality Index (DLQI).

O medicamento foi recentemente aprovado pela União Europeia e nos Estados Unidos, o Brasil, aguarda aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Sobre a Urticária Crônica Espontânea

A UCE é uma condição grave e persistente da pele que afeta entre 0,5 e 1% da população mundial. Estima-se que cerca de 1 milhão de brasileiros sejam afetados pela doença e as mulheres são duas vezes mais propensas a serem diagnosticadas¹.

Nas formas mais graves da UCE, as lesões avermelhadas em diferentes regiões do corpo aparecem associadas à coceira intensa e ao inchaço geralmente doloroso, conhecido como angioedema. Esse tipo de urticária se apresenta espontaneamente, a qualquer hora e em qualquer local, ou seja, não há um agente causador conhecido. Existem pacientes que apresentam vários episódios ao longo do mês. Outra característica é sua duração, os casos crônicos podem durar anos, gerando desconforto e alto impacto na qualidade de vida do paciente.

Ela não é uma doença contagiosa, mas pode gerar rejeição social por expor manchas e inchaços que deformam a pele, principalmente quando afeta o rosto do paciente. Falta de energia, ansiedade, depressão e isolamento social são outras complicações causadas pela doença.

Referências:

1. Criado, Roberta F. J.; Franco2, Roberta S.; Philipp, Juliano C.; Mello, João F. de. Urticárias. Disponível em http://www.asbai.org.br/revistas/Vol286/urticarias.pdf . Data de acesso: 24 março 2014, 11p.m.

2. Sánchez-Borges M, Asero R, Ansotegui IJ, et al. Diagnosis and treatment of urticaria and angioedema: a worldwide perspective (position paper). World Allergy Organization Journal. 2012; 5:125–147

3. Maurer M. Phase III randomized, double-blind, placebo-controlled study evaluating efficacy and safety of omalizumab in H1-antihistamine-refractory chronic idiopathic/spontaneous urticarial. European Academy of Dermatology and Venereology (EADV) annual meeting 2013. Oral Presentation. 5 October 2013, 11:30 a.m.

4. Maurer M, Weller K, Bindslev-Jensen C, et al. Unmet clinical needs in chronic spontaneous urticaria: A GA(2)LEN task force report. Allergy. 2011;66:317–330.