O risco de desenvolver câncer de pulmão é 10 vezes maior em pessoas fumantes

O tabaco é um produto processado a partir das folhas de plantas do gênero Nicotiana, que se popularizou pela Europa no início do século XVI. Mas foi em meados do século XIX que os primeiros cigarros, tais como são hoje, passaram a ser comercializados com mais frequência. De lá pra cá, doenças crônicas se desenvolveram em virtude da dependência causada pela nicotina e outras substâncias tóxicas presentes no cigarro.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o organismo do usuário de tabaco fica exposto a pelo menos 4.700 mil substâncias e gases tóxicos por tragada, como a Naftalina, Ácido Levulínico, Cianeto e Amônia, e a metais considerados cancerígenos, tais como Acetato de Chumbo, Arsênico e Fósforo.

Ainda de acordo a OMS, 90% dos casos de câncer de pulmão ocorrem em decorrência do fumo, que é responsável por 30% dos óbitos de pacientes oncológicos. Além do câncer pulmonar, o tabagismo também pode ser responsável por tumores no fígado, pâncreas, bexiga, rins e na região da cabeça e pescoço.

Outras doenças crônicas, que podem levar ao óbito, como o infarto do miocárdio (45%), enfisema pulmonar (85%) e derrames (25%), também foram associadas pela OMS ao tabagismo.

Para o Dr. Fernando Moura, oncologista clínico do Hospital viValle, “o fumo compromete a qualidade de vida em geral. São necessárias força de vontade e disciplina para vencer esse hábito. Hoje existem muito programas criados para ajudar os dependentes, mas é preciso dar o primeiro passo”.

Os fumantes também são responsáveis pelo comprometimento da saúde dos fumantes passivos, já que a absorção de cigarro por este grupo aumenta em 30% as chances de desenvolvimento do câncer de pulmão. Vale destacar que o fumo passivo, de acordo com a OMS, é a terceira maior causa de morte evitável no mundo.

Luz no fim do túnel

O cenário nebuloso relacionado ao fumo começa a clarear, em consequência de programas de incentivo e campanhas de conscientização realizadas pelos governos e do esforço da comunidade médica e científica para esclarecer seus pacientes sobre os perigos do cigarro.

De acordo com pesquisa realizada em 2011, pela Vigitel, no Distrito Federal e nas 26 capitais brasileiras, e divulgada pelo Ministério da Saúde, o número de fumantes no País caiu para 14,8%. Essa é a primeira vez que o Brasil atinge marca abaixo dos 15%.

O percentual de casos em que pessoas deixaram a dependência do tabaco também foi bastante positivo. Cerca de 25% dos homens e 19% das mulheres que participaram da pesquisa se declararam ex-fumantes.

A Lei Antifumo adotada pelo estado de São Paulo, em maio de 2009, e posteriormente por outros Estados da Federação, tem contribuído para que muitos usuários deixem o cigarro. É um processo lento, com resultados mensuráveis a médio e longo prazos, mas que beneficia de imediato os fumantes passivos.

A experiência paulista, que contou com a aprovação da opinião pública, incluindo grande parcela de fumantes, também serviu de modelo para o Ministério da Saúde. Em novembro de 2011, uma Lei Federal passou a proibir o tabaco em ambientes fechados em todo o território nacional.

Para aqueles que querem deixar o vício do cigarro de lado, alguns Estados e Municípios oferecem medicamentos e programas de incentivo. Em Curitiba e no Rio de Janeiro, por exemplo, os interessados podem se cadastrar pelos sites de suas prefeituras e secretarias municipais de Saúde. No estado de São Paulo, o cadastro para participar do programa é feito nas Unidades Básicas de Saúde.

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