São Paulo, abril de 2014 – Ovos de chocolate, chocolates em barra, bombons e trufas: a Páscoa é uma data festiva que faz a alegria do paladar de crianças e adultos. Mas Mauro Scharf, endocrinologista e diretor médico do Lavoisier Medicina Diagnóstica, faz um alerta importante sobre o excesso no consumo do alimento.
De acordo com o especialista, embora o chocolate seja rico em nutrientes, seu consumo deve ser moderado já que o excesso pode provocar ganho de peso e distúrbios gastrointestinais, como diarreia, náuseas e vômitos. Segundo ele, o doce também deve ser evitado por crianças com menos de um ano de idade. Em caso de abuso pelos pequenos, a diarreia pode levar a um quadro de desidratação e necessidade de suspensão imediata do chocolate. “Se houver desidratação, a criança deve ser mantida bem hidratada e encaminhada para um hospital”, comenta.
Embora calórico, o chocolate saboreado com moderação faz bem para o corpo e para a mente. O consumo diário, de acordo com Scharf, não deve ultrapassar 30 gramas. “O chocolate contém nutrientes como cálcio, fósforo, proteínas e outros minerais necessários ao organismo, além de ser fonte de antioxidantes (especialmente o amargo), que combate os radicais livres e ajuda a diminuir o colesterol”, explica o endocrinologista. Ele acrescenta que o chocolate também leva ao estímulo da produção de serotonina, o que promove sensação de bem-estar e alivia a tensão. Porém, a ingestão em excesso atrapalha o emagrecimento e pode levar à dependência psicológica.
Os pais de crianças com alergia a algum dos componentes devem estar bastante atentos. “Nesses casos, deve-se parar de consumir o alimento e procurar orientação médica”, observa o endocrinologista. Sintomas como coriza, urticária, tosse seca e mal estar devem ser monitorados, pois podem servir de alerta quanto ao limite da ingestão. Aqueles que têm intolerância à lactose podem procurar ovos de chocolate amargo e meio amargo.
Chocolate diet é opção para os diabéticos
Quem tem diabetes pode recorrer aos famosos chocolates diet. “Porém, o consumo deve ser bem moderado porque ele tem uma quantidade de gordura maior do que o ovo de chocolate tradicional”, alerta Scharf. Crianças com diabetes tipo 1 devem ter a atenção redobrada. A terapia de contagem de carboidratos permite a ingestão de açúcar, mas deve haver acompanhamento médico, preferencialmente com auxílio de um nutricionista especialista no assunto. “O excesso do açúcar presente no chocolate em diabéticos do tipo 1 pode induzir a um quadro conhecido como cetoacidose diabética, com altíssimas taxas de glicemia, desidratação e até eventual necessidade de internação”, diz.
O especialista lembra que o diagnóstico para o diabetes é feito pela medição da glicose do sangue. Os valores glicêmicos estabelecidos pela American Diabetes Association (ADA) são:
• Normal: glicemia de jejum entre 70 mg/dl e 99mg/dl e <140mg/dl, 2 horas após sobrecarga de glicose (teste de tolerância à glicose);
• Glicemia de jejum alterada: glicemia de jejum entre 100 a 125mg/dl;
• Intolerância à glicose: glicemia entre 140 mg/dl e 200mg/dl, 2 horas após sobrecarga de glicose (teste de tolerância à glicose);
• Diabetes: duas amostras colhidas em dias diferentes com resultado igual ou acima de 126mg/dl ou quando a glicemia realizada a qualquer hora, estiver igual ou acima de 200mg/dl e houver a presença de sintomas.