Algumas cirurgias de otorrinolaringologia apresentam sérios riscos ao paciente. Por se tratar de uma região delicada, os procedimentos endoscópios nasais, nos seios paranasais e na base de crânio, têm grandes chances de complicações. As extremidades dessas partes do corpo são formadas por paredes finas, que protegem a cavidade orbitária e intracraniana, o que pode ocasionar perfurações.

Para diminuir os perigos de complicações e proporcionar maior precisão ao cirurgião, o Hospital Santa Luzia realizou, na última quinta-feira (15), a primeira cirurgia endoscópica guiada por computador. “A utilização do sistema de navegação cirúrgica computadorizada em otorrinolaringologia dá mais precisão da localização intra-operatória das estruturas anatômicas. Além disso, a instalação do equipamento é rápida e não invasiva”, explica Dr. Bruno Loredo, cirurgião responsável pelo procedimento e otorrinolaringologista do HSL.

Este sistema de navegação oferece informações exatas sobre as estruturas anatômicas, o que ajudará bastante o procedimento operatório. “Este é um processo personalizado e individualizado, visto que é criado um guia anatômico do próprio paciente a partir da tomografia computadorizada realizada no pré-operatório”, detalha Dr. Bruno.

O sistema de navegação cirúrgica computadorizada funciona como um GPS, permitindo o rastreamento do instrumental cirúrgico dentro da cavidade nasal. Composto por sensores eletromagnéticos, o equipamento relaciona o instrumental cirúrgico com a cabeça do paciente.

“As informações de posição são processadas e detalhadas em um display tridimensional, no qual estão acopladas as imagens de tomografia e ressonância magnética do paciente. Essa relação de informações e imagens permite confirmar a localização dos instrumentos no interior da cavidade nasal”, esclarece o médico.

As principais indicações deste tipo de procedimento são as patologias que alteram as estruturas anatômicas. Além destes casos, o sistema é indicado para aumentar a segurança de procedimentos em áreas muito frágeis, com maior risco de penetração na cavidade craniana. “O método auxilia o cirurgião a se localizar no grande labirinto da cavidade nasal com sua anatomia alterada por doenças ou tumores, permitindo cirurgias mais precisas, mais rápidas e seguras”, conclui Dr. Bruno Loredo.