Dados da Organização Pan-Americana da Saúde revelam que as doenças relacionadas ao sistema circulatório são a terceira causa de internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, uma pesquisa realizada pelo Grupo de Estudo em Trombose e Hemostasia, em parceria com 12 entidades, mostra que a trombose mata milhões de pessoas por ano.
A trombose é caracterizada pela formação e pelo acúmulo de coágulos sanguíneos nas veias, que obstruem parcial ou totalmente a circulação no local. O angiologista do Hospital do Coração do Brasil, em Brasília, Dr. Eduardo Vieira, explica que esta é uma doença de causas multifatoriais e que mais de 90% dos casos acontecem nos membros inferiores. “A trombose é gerada por diversos motivos como, por exemplo, fatores genéticos, varizes em um grau muito alto, procedimentos cirúrgicos, além de longo tempo com as pernas mobilizadas”, esclarece.
O especialista alerta que a doença só se desenvolve quando há uma associação de fatores de risco. Desta forma, mulheres fumantes e que utilizam anticoncepcionais, por exemplo, têm mais chances de ter trombose. “Além disso, é preciso tomar cuidado com o peso. A obesidade é, também, um dos fatores de risco para a doença”, comenta.
A doença apresenta dois estágios: o inicial e a Síndrome pós-trombótica, que é a fase avançada. “A trombose venosa profunda (TVP) é caracterizada pela presença de trombos nas veias internas da perna, ou seja, dentro dos músculos, não sendo visíveis na superfície do membro. Quando não tratados, esses trombos podem causar mais complicações, como embolia pulmonar, o que prejudica o sistema respiratório e cardíaco. Se não tratada adequadamente, a TVP provoca, em longo prazo, a Síndrome pós-trombótica”, ressalta o angiologista.
Angiojet: um tratamento inovador para trombose
Os casos mais graves de Síndrome pós-trombótica, os quais as pernas ficam roxas e inchadas, devem ter um tratamento especial. Desta forma, Dr. Eduardo indica a utilização do aparelho Angiojet, para a retirada dos trombos profundos. “O equipamento consiste em um cateter, que é introduzido na veia e aspira os trombos acumulados. O procedimento é minimamente invasivo e trata casos graves de trombos, principalmente na região da virilha”, conta.
O método é utilizado há cerca de três anos. Contudo, os benefícios aos pacientes já são comprovadamente superiores aos procedimentos tradicionais. “Os medicamentos anticoagulantes proporcionam maior fluidez do sangue, porém não eliminam os trombos. Já o Angiojet é prático e possibilita um tratamento preciso e personalizado”, comenta o médico.
Dr. Eduardo destaca a importância do acompanhamento médico, para evitar o desenvolvimento e agravamento da trombose. “O paciente deve ir frequentemente ao especialista, inclusive após o tratamento com o Angiojet, para evitar o retorno da doença”, conclui.