A obra para construção do novo prédio do Hospital do Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande, foi retomada, apesar da desistência da doação de R$ 23 milhões pelo pecuarista Antônio Morais dos Santos. A Fundação Carmen Prudente de Mato Grosso do Sul, responsável pelo hospital, conseguiu dar continuidade ao projeto com recursos provenientes de empréstimo e doações de pessoas que já colaboravam com a instituição. As informações são do jornal Correio do Povo.

A nova unidade deve contar com nove pavimentos e 200 leitos, possibilitando ampliar a quantidade de atendimentos mensais de 5 mil para 20 mil. Hoje o hospital tem apenas 40 leitos. Segundo o presidente da fundação, Blener Zan, a expectativa é de que a obra fique pronta em aproximadamente dois anos. ?Conseguimos contratar outra empreiteira que fará a obra por R$ 17 milhões, diminuindo o montante de gastos do projeto inicial?, afirmou.

Ele espera que as partes do subsolo e térreo do hospital fiquem prontas até abril deste ano. A nova unidade contará ainda com 12 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Desistência

Quando o pecuarista desistiu de fazer a doação de R$ 23 milhões, a obra já tinha começado e, segundo Zan, um buraco aberto no terreno estava colocando em risco o prédio que funciona atualmente. ?Com as chuvas estávamos com receio de que o buraco abrisse ainda mais e causasse algum dano na estrutura do hospital ou até que alguma parte desmoronasse?.

Segundo o advogado Niuton Ribeiro Chaves Júnior, o pecuarista Antônio Morais teve de gastar R$ 1,7 milhão em decorrência do que já havia sido investido na obra do Hospital do Câncer. ?A paralisação ocorreu porque a direção do hospital não cumpriu sua parte no acordo e o senhor Antônio Morais não cobrou nada pelos gastos que teve?, afirmou o advogado que defende o pecuarista.

O terreno onde seria feito o prédio ? que tem oito mil metros quadrados e custou R$ 9,5 milhões ? fica na Rua Marechal Cândido Mariano Rondon, esquina com a Avenida Ernesto Geisel, ao lado do Hospital do Câncer. O local não estava sendo utilizado até setembro do ano passado, quando as obras foram retomadas.