Morreu hoje aos 81 anos, às 13h45, em decorrência de insuficiência respiratória, Antônio Ganme, presidente do Hospital 9 de Julho, em São Paulo. O médico formado pela Escola Paulista de Medicina, em 1947, foi um dos pioneiros na expansão dos centros de excelência de saúde no País. O sepultamento será às 10 horas do dia 6, no cemitério do Morumbi.

Biografia
Em 1951, Antonio Ganme passa a integrar a equipe do famoso professor Euryclides de Jesus Zerbini e é incentivado pelo mestre a permanecer na capital paulista. Anos depois, ao saber que o pequeno Hospital Nossa Senhora da Conceição, na Rua Peixoto Gomide, está à venda, dr. Zerbini sugere a Antonio negociar a compra, a partir da formação de uma cooperativa de 50 médicos.
Aceito o desafio, em 1955, Antonio dá o sinal para a aquisição do hospital, de 34 leitos. O negócio é fechado por 3 milhões de réis, valor a ser pago em três prestações anuais, com juros de 10% ao ano. Ganha 60 dias para quitar a primeira parcela, mas não consegue reunir o dinheiro. Oito médicos, apenas, confirmam participação na sociedade. Antonio, então, negocia mais 30 dias de prazo e resolve recorrer ao pai.
Em junho do mesmo ano, Antonio Ganme assume o cargo de Diretor Presidente do hospital, batizado de 9 de Julho em homenagem à Revolução Constitucionalista e à avenida de mesmo nome, localizada atrás do prédio. Ao longo de quase cinco décadas, o Hospital 9 de Julho não parou de crescer, a exemplo da região que ocupa – fica a poucos metros da Avenida Paulista e do Museu de Arte de São Paulo, ícones do progresso da capital e cartões-postais do País. Na Direção Geral, o jovem Antonio dribla difíceis obstáculos nos primeiros meses. A ocupação do hospital cai vertiginosamente com a inauguração do Hospital Modelo, no bairro da Liberdade, empreendimento dos antigos donos do 9 de Julho. A saída foi comprar mais 21% das ações, do dr. Alberto Mendes, por 1 milhão de réis, para pagar em 60 dias, e dar cotas de 0,5% a 40 médicos. A Diretoria propôs que, em vez de fazer retirada em dinheiro, esses profissionais teriam direito a 10% do valor pago pelos pacientes que internassem – dividendos a serem creditados após um ano. O resultado: hospital lotado rapidamente.
Em 1970, o Hospital 9 de Julho é referência na realização de cirurgias de alta complexidade, principalmente as cardíacas. E registra a marca do seu pioneirismo ao inaugurar o Centro de Terapia Intensiva e de Cirurgia Cardíaca e Pulmonar – primeiro do País em instituição privada, com sete leitos.
Cinco anos depois, o CTI é ampliado para 11 leitos: são 6 leitos de terapia intensiva, 4 de semi-intensiva e 1 para tratamento de disfunção renal, com aparelho de hemodiálise. O hospital é também reconhecido por sua avançada unidade de radiologia e pela bem equipada maternidade, na qual nascem 300 bebês por mês.
Sem nunca parar de investir em melhorias estruturais e equipamentos de última geração para assegurar o excelente nível de serviços prestados pelo 9 de Julho, os irmãos Ganme iniciam a década de 80 certos de que é preciso expandir mais. Inauguram, em 1982, um prédio de 13 andares – Ala A -, com 76 apartamentos e 7 luxuosas suítes. As modernas instalações acompanham a tendência da época de oferecer serviços de hotelaria cinco-estrelas: do mobiliário ao requintado cardápio; do aparelho de TV ao frigobar.
O início dos anos 90 é marcado por uma nova ampliação estrutural do hospital, que ganha a Ala D, extensão dos prédios da Peixoto Gomide. Mas é no fim dessa década que o 9 de Julho dá o grande salto para o futuro. Em 1999, reinaugura a UTI, projetada de acordo com os mais avançados padrões internacionais. Além disso, inicia uma fase de mudanças, cujos princípios são renovação, liderança e qualidade. Nesse ano, a diretoria do hospital é passada à segunda geração da família.(Fonte: www.h9j.com.br)