O reforço das ações de controle da dengue nas regiões de fronteira com o Mercosul, o combate ao tabagismo e a redução de preços dos medicamentos para aids também foram alguns dos pontos abordados pelo Ministro da Saúde, Humberto Costa, durante a XVI Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul, Bolívia e Chile, que aconteceu ontem em Buenos Aires, na Argentina. Na parte da tarde, os temas debatidos foram a revisão do regulamento sanitário internacional, Sars e influenza, a política integrada de saúde sexual e reprodutiva, os sistemas de informação e a comunicação em saúde e política de medicamentos, segundo a assessoria do Ministério da Saúde.
Além dos quatro países integrantes do Mercosul (Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai) e dos associados (Chile e Bolívia), o ministro da Saúde do Peru também participa do encontro que tem como intenção estabelecer estratégias comuns de saúde, respeitando a realidade sócio-econômica de cada país.
A definição de um Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue na região é um dos objetivos da VI Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul. A proposta apresentada pelo ministro Humberto Costa baseia-se nas estratégias adotadas pelo programa brasileiro de combate à doença e tem como meta reduzir a infestação pelo Aedes aegypti, a incidência da dengue e a mortalidade por febre hemorrágica.
O conteúdo da proposta brasileira será submetido ao veredicto dos ministros e se todos estiverem de acordo, as estratégias serão adotadas pelos países do bloco.
Entre as ações do Plano, Costa enfatizou a importância do reforço das estratégias de combate à dengue nas regiões de fronteira com o Mercosul e destacou o papel fundamental da comunicação nas ações de prevenção da doença. Ele mostrou dados do Brasil, em que o reflexo da intensificação das ações de controle da dengue está na redução do número de notificações da doença. Em 2003, o total de casos registrados caiu 56,6%, em relação a 2002.
Outro ponto discutido diz respeito a uma política intergovernamental de luta contra a epidemia de HIV/Aids, por meio da troca de experiências entre os países. Nesse ponto Costa destacou a distribuição dos coquetéis anti-aids, por parte do governo brasileiro, o que atinge 142 mil pacientes. De acordo com o ministro, graças às negociações intensas do atual governo com os laboratórios multinacionais, será possível economizar este ano R$ 299 milhões no tratamento dos pacientes com aids, o que representa um abatimento de 37% no valor que seria pago pelo Ministério da Saúde. Em 2004, a distribuição de preservativos deve alcançar 600 milhões de unidades, o dobro em relação a 2003.
A formulação de estratégias antitabagistas em comum, inclusive com apoio de organizações não-governamentais e campanhas de esclarecimento, é outra preocupação dos ministros da saúde dos Mercosul.
Ministros do Mercosul discutem combate à dengue, tabagismo e Aids
A revisão do regulamento sanitário internacional, a Sars os sistemas de informação em saúde e a política de medicamentos também foram debatidos na XVI Reunião de Ministros da Saúde do Mercosul, Bolívia e Chile
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