O Ministério da Saúde anunciou a aplicação de R$ 57 milhões do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) para incentivar pesquisadores de todo o país a buscar novos métodos, alternativas e soluções de ponta para os problemas de saúde da população brasileira. Amanhã, os ministros da Saúde, Humberto Costa, e da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, apresentam os programas previstos por ambos os ministérios neste sentido. Dois projetos se destacam na parceria: o Pesquisa para o SUS e o Inovação para o SUS. Ambos já iniciaram o lançamento de editais para novos projetos de pesquisa. O edital de Pesquisa para o SUS destina R$ 500 mil para financiar, pelo menos, dez projetos de pesquisa que contribuam para a compreensão e a busca de soluções dos problemas de saúde da Amazônia Legal. As inscrições se encerraram em 20 de agosto. Instituições de pesquisa em saúde dos estados do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins apresentaram 30 projetos.
A escolha da Amazônia Legal como ponto de partida do projeto deve-se à constatação de que, historicamente, os estados da região têm indicadores socioeconômicos e de desenvolvimento científico e tecnológico abaixo da média nacional.
Ao incentivar a pesquisa na Amazônia, o governo também pretende reduzir a disparidade entre as regiões do país em relação aos recursos públicos para ciência e tecnologia e reforçar, no âmbito do fomento à pesquisa, o princípio da equidade (distribuição igualitária de recursos) previsto para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Outras características importantes do projeto pretendem garantir o fortalecimento do SUS por meio da produção de conhecimentos e tecnologias. Uma delas é a participação, em todas as etapas decisórias, dos gestores estaduais de saúde. A outra diz respeito à seleção de projetos, que será baseada na Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde, permitindo o desenvolvimento científico e tecnológico em saúde voltado para as necessidades reais da população.
O objetivo do projeto Inovação para o SUS é incentivar a pesquisa de ponta em projetos inovadores que tenham aplicabilidade ao SUS. Duas grandes ações, também envolvendo as pastas da Saúde e da Ciência e Tecnologia, já estão em andamento: a Rede Tuberculose e o Esforço Nacional de Pesquisa em Dengue. Os dois projetos buscam respostas às doenças. No caso da dengue, é uma resposta a recentes epidemias.
Dois outros projetos também já estão em fase de lançamento de editais: o primeiro, para incentivar a pesquisa sobre ações voltadas para a alimentação e nutrição e, assim, melhorar as condições de saúde da população. O segundo, para incentivar a pesquisa sobre questões ligadas à violência, acidentes e traumas. O objetivo é tentar descobrir meios de reduzir e controlar uma das maiores causas de morte entre a população jovem brasileira.