O ministro da Saúde, Humberto Costa, inaugurou hoje em São Paulo mais dois laboratórios com Nível de Biossegurança 3 (NB3). O ministério investiu mais de R$ 4,5 milhões na construção e na aparelhagem dos laboratórios instalados no Instituto Adolfo Lutz e no Instituto Pasteur. O recurso aplicado é proveniente do Projeto Vigisus, cujo objetivo é acelerar a estruturação e o aprimoramento da vigilância epidemiológica no país. Para a execução deste trabalho, a Secretaria de Vigilância em Saúde conta com empréstimo do Banco Mundial, responsável por 50% do orçamento do projeto. O restante é bancado pela União. Com isso, a Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública passa a contar com quatro unidades de alta segurança, todas instaladas este ano. Cada unidade laboratorial NB3 consiste numa área especial instalada e equipada para o desenvolvimento e execução de estudos relacionados ao diagnóstico e a detecção de agentes de alto risco de contaminação para humanos, tais como o vírus que provoca a hantavirose ou a bactéria do Antraz.
As outras duas áreas NB3 inauguradas este ano ficam no Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Recife (PE), e outra no LACEN de Fortaleza (CE). Tanto unidades do Nordeste quanto a do Instituto Adolfo Lutz estão concluídas. Na área NB3 do Instituto Pasteur falta apenas a instalação da cabine de segurança, onde são analisadas as amostras e os microisoladores, gaiolas especiais para contenção dos animais usados nos testes. Todos os equipamentos já foram adquiridos, no entanto, para funcionarem, as unidades NB3 necessitam de uma certificação, procedimento realizado por empresas especializadas, que deverá ser concluído até o final de julho.
Ao todo, serão instaladas 12 áreas NB3 em unidades da Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública, formada por Laboratórios Centrais (LACEN), vinculados às Secretarias de Estado da Saúde (SES), e também por instituições de Referência Nacional, vinculados ao Ministério da Saúde. Cada unidade tem entre 150 e 250 metros quadrados, ao custo de aproximadamente R$ 2,5 milhões, perfazendo investimentos de cerca de R$ 30 milhões. Das 12 áreas em construção, nove ficarão prontas este ano e três, em 2005.
Para a definição dos locais, a SVS avaliou critérios epidemiológicos, a capacidade técnica já instalada, a demanda e a região geográfica. A definição dos projetos ocorreu em 2002 e a construção das áreas NB3 foi iniciada já em 2003.
Os profissionais que terão acesso aos laboratórios receberão curso que será ministrado por técnicos dos Centers for Desease Control and Prevention (CDC), órgão do governo norte-americano responsável pelo controle e prevenção de doenças nos Estados Unidos. Entre os temas da capacitação estão segurança geral em laboratório, segurança química, níveis de biossegurança 1, 2 e 3, descontaminação, tratamento de resíduos, respostas a emergências, procedimentos de entrada e saída do ambiente NB3, entre diversos outros.