Com rápido crescimento e industrialização, os emergentes Brasil, India e China (BIC) estarão entre os maiores produtores de receita nos próximos 5 a 10 anos. Este cenário promissor tem feito com que empresas globais se voltem para estes países a fim de entender suas demandas por inovação e, assim, colaborar com o crescimento. ?Para entender como os países emergentes estão mudando a economia mundial é preciso olhar para o futuro e enxergar as oportunidades econômicas?, afirmou Erwin Rezelman, presidente do SAP Labs para América Latina.
As principais características que tornam esses países atraentes são: potencial econômico, grande população, base de recursos naturais, além de alta taxa de crescimento, chegando a ser duas vezes maior do que os mercados desenvolvidos, segundo dados do FMI. Os setores que mais chamam atenção são: saúde, energia, serviços financeiros, telecomunicações, infraestrutura, entre outros. A receita da indústria indiana de softwares, por exemplo, foi de 64 bilhões, entre os anos de 2009 e 2010, a China, atualmente, é o maior mercado consumidor de automóveis, e, no Brasil, devido ao crescimento estável, 13% tem o próprio negócio. ?Esses países têm em comum grande entusiasmo e percepção para aproveitar as oportunidades?, acredita Rezelman.
Em busca de atender a esses países e fornecer inovações que sustentem o crescimento, empresas se dedicam a entender o mercado local de forma aprofundada, conhecendo as características culturais e pessoais, forma de trabalhar, o que desejam, entre outros. ?O que funciona em um país, talvez não funcione em outro, por isso, a inovação deve ser percebida e implantada de acordo com o dia a dia de cada negócio e isso precisa ser feito também nos mercados emergentes?, explicou.
Ainda segundo Rezelman, muitas inovações criadas a partir das experiências desses mercados são exportadas para outros países. No Brasil, por exemplo, modelos de soluções bancárias e agrícolas são reconhecidas pela sua eficiência e servem de molde para outros países. ?Antes os padrões eram lançados pela Europa e Estados Unidos e vendido para todos os mercados, mas isso mudou e atualmente os emergentes estão desenvolvendo inovações e enviando para fora do país, por isso, costumo dizer que o sentido da inovação está de cabeça para baixo?, avaliou.
Para acelerar ainda mais o desenvolvimento de soluções inovadoras, Rezelman acredita que é preciso abrir o mercado e incentivar a concorrência produtiva ?Quando existem produtos locais e estrangeiros a inovação é impulsionada pela livre concorrência?, pontuou.
Ainda segundo o executivo, a estratégia do SAP Labs para desenvolver soluções inovadoras para os mercados emergentes, especialmente América Latina, está em contratar mão de obra local para desenvolver talentos, alinhadas as características intrinsecas à sua cultura. ?Acreditamos que o conhecimento local será fundamental para desenvolver soluções exclusivas para cada lugar?, concluiu.