A saúde é um direito de todos. A garantia de oportunidades iguais de acesso aos serviços de saúde é um ideal humano e, no Brasil, determinado na Constituição de 1988 e estabelecido em 1990 por meio da universalização do acesso pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas, o que fazer para viabilizar de forma efetiva todo o serviço de saúde nacional?
Em primeiro lugar, para o aperfeiçoamento da assistência médico-hospitalar para os brasileiros, é preciso reconhecer que é possível melhorar o equilíbrio entre os números de oferta e de demanda. Um passo importante é desenvolver no setor público processos de gestão hospitalar a exemplo de grandes instituições privadas, que detém um conhecimento acumulado para aperfeiçoar serviços médicos. Existe infra-estrutura pública suficiente para atender à população, mas é preciso saber utilizá-la de maneira mais racional. E, finalmente, há outra medida para atender a população – nas esferas pública e privada – que, por vezes, é ignorada: a assistência domiciliar. Esta prática já pode ser considerada um fator preponderante na busca por responder a necessidades da atenção à saúde.
Hospitais superlotados continuam a ser a primeira opção para terapias de diversas patologias, que seriam mais bem tratadas em ambiente domiciliar, de acordo com as condições do paciente. Todas as pessoas, de qualquer idade, com diversos tipos de enfermidades podem ser cuidadas por equipes multidisciplinares, formadas por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, dentistas e assistentes sociais, entre outros especialistas.
Toda sorte de equipamentos pode ser levada ao domicílio. Toda a estrutura para a garantia de um tratamento eficiente e humano compõe a logística necessária para um serviço de assistência domiciliar com excelência e vantagens para todos. Isso demonstra que há grandes oportunidades de empreendimentos especializados em home care, que podem ser aproveitadas como alternativa inteligente à onerosa hospitalização. Apesar da grande demanda, as empresas de assistência domiciliar no Brasil não equivalem nem a 1% do volume das prestadoras deste mesmo serviço nos Estados Unidos. Das que existem, 80% estão concentradas no Estado de São Paulo.
De um lado, a oportunidade de melhorar o sistema de saúde nacional. Do outro, um nicho de mercado aberto a investimentos. Com a assistência domiciliar, há benefícios para o paciente, que em ambiente doméstico ficará menos exposto ao estresse natural da doença, ao maior risco de contaminação e ao desconforto do isolamento e da separação da família na hospitalização. Com melhores condições emocionais, mais facilmente será a recuperação da saúde ou o seu convívio com as patologias crônicas. Para o sistema de saúde – seja público, privado, prestadores de serviços ou seguradoras – haverá uma grande vantagem econômica e estrutural, com maior racionalidade e melhor controle, resultando em mais economia e eficiência.
*Christina Aparecida Ribeiro é coordenadora do Serviço de Home Care do Hospital Israelita Albert Einstein
As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicadas refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídia ou quaisquer outros envolvidos nesta publicação.
Você tem Twitter? Então, siga http://twitter.com/SB_Web e fique por dentro das principais notícias do setor.