Uma pesquisa comandada pelo Dr. Alan Geller, da Universidade de Harvard, mostrou que 40% dos cabeleireiros entrevistados procuram lesões suspeitas no couro cabeludo de seus clientes enquanto os atendem. O estudo, publicado em outubro no Archives of Dermatology, ouviu 203 profissionais que atuam em 17 salões de uma mesma cadeia em Houston (EUA).
Em termos gerais, os resultados apontaram que 37.1% dos profissionais verificaram o couro cabeludo de cerca de 50% dos clientes atendidos no mês anterior ao questionário. Já 28,8% avaliaram o pescoço da metade das pessoas que passaram por suas cadeiras no mesmo período. Apenas 15,3% afirmaram ter checado o rosto dos clientes.
Números – “Cabeleireiros têm uma posição literalmente privilegiada para analisar áreas que o paciente não consegue ver. Apenas durante um exame clínico é possível avaliar nuca e couro cabeludo”, destaca a dermatologista Cristiane Dal Magro.
O melanoma nessas regiões do corpo representa 6% de todos os diagnósticos desse tipo específico de câncer, sendo responsável por 10% das mortes pela mesma doença nos Estados Unidos. Tipo mais agressivo e letal de tumor de pele, exige detecção muito precoce. “O elevado índice de mortes está relacionado à dificuldade para diagnóstico de lesões suspeitas”, destaca a especialista.
Ainda sobre a pesquisa realizada em Houston, cerca de 60% dos hair designers disseram ter recomendado pelo menos a um cliente que buscasse avaliação médica. “Mesmo sem dados semelhantes no Brasil, é fato que se nossos profissionais pudessem conhecer mais sobre câncer de pele e identificar lesões suspeitas poderíamos experimentar relevantes benefícios no diagnóstico e no tratamento precoce dessas lesões”, comenta Dra. Cristiane. Para o pesquisador Alan Geller, esse programa poderia ser estendido a massagistas e outras profissionais que têm a oportunidade de olhar atentamente para a pele de seus clientes.
Carla Furtado
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