Na disputa cada dia mais acirrada pelo mercado de saúde, a decisão sobre a escolha de operações verticais ou terceirizadas se torna cada vez mais complexa. É mais vantajoso terceirizar as áreas de apoio e focar no core business da alta complexidade ou verticalizar e, com isso, buscar uma nova fonte de receita?
Para o diretor de Relações Institucionais da Dasa, Luiz Gastão Rosenfeld, a entrada na área de medicina diagnóstica por parte dos hospitais só vale a pena se a instituição for de grande porte e já tiver o reconhecimento da comunidade médica e dos pacientes. ?As instituições de pequeno porte só conseguem lucrar com esta operação se cobrarem caro ou se procurarem clientes externos. No Brasil, que tem uma média de 50 leitos por hospital, a viabilidade econômica se torna mais difícil. Além disso, é preciso ter muito conhecimento técnico da área para que a iniciativa não seja onerosa e para que tenha uma produtividade adequada.?
Porte e força da marca são os fatores que tornam os serviços de Medicina Diagnóstica do Albert Einstein economicamente atrativos. ?Nossa participação nesta área é cada vez mais presente, mas entendemos que os serviços de diagnósticos funcionam como fábricas, que dependem de volume. Se o volume for pequeno, a conta não fecha?, constata o diretor de Medicina Diagnóstica e Preventiva, Luis Roberto Natel.
Na área pública, em geral, a terceirização é apontada como vantajosa. Com atuação no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o Grupo Infinita é responsável pela realização de exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética em um dos hospitais públicos de Rondônia e já chegou à marca de 2,5 mil exames realizados. ?Atuamos onde o Governo não tem capacidade técnica e nem operacional para fazer o serviço?, conta o diretor executivo, Paulo Bonadio.
Que os prestadores de serviços precisarão buscar novas fontes de receita, não há dúvida. ?No médio e longo prazo, haverá pressão do mercado para que os hospitais busquem diversificação da receita. Estas instituições precisarão buscar serviços correlatos que aumentem sua lucratividade?, antecipa o sócio-diretor da Formato Clínico, Gustavo Campana. A questão, agora, é como estruturar a estratégia para que estas iniciativas sejam bem-sucedidas.
*Luiz Gastão Rosenfeld, Luis Roberto Natel, Paulo Bonadio e Gustavo Campana participaram do IT Mídia Debate sobre Medicina Diagnóstica. Confira a cobertura completa na revista FH de novembro.