O mercado de medicina diagnóstica no Brasil, composto pelos prestadores de serviços de apoio ao diagnóstico como as empresas de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial, Anatomia Patológica e Radiologia e imagem, possui dinâmicas próprias em seu modo de atuação.
Destaca-se uma importante competição de marcas entre os players deste mercado, isto é, vemos que um importante fator de escolha do cliente (médico, paciente ou mesmo a operadora) é a reputação da marca da empresa prestadora dos serviços. Diversos países que operam o sistema de saúde em modelos de redes verticalizadas apresentam menor foco neste tópico. Temos também outro fator de grande relevância que é o relacionamento entre prestador e fonte pagadora, fazendo com que o modelo contratual entre estas partes (preço, prazo, etc) seja um importante atributo competitivo.
Notamos dentro do mesmo mercado taxas de crescimento diferentes entre seus diversos segmentos, sejam estes de mercado ou de atuação. Empresas de nicho ou especializadas, ainda que possuam um mercado de porte restrito, crescem com taxas significativas quando comparadas ao mercado em geral (e normalmente com margens mais atraentes). O
processo de consolidação permitiu visualizarmos maiores expansões geográficas das empresas consolidadoras.
Já os mercados regionais se defendem com crescimentos orgânicos e otimizando estruturas (same store sales). Uma interessante estratégia é a formação de clusters operacionais de forma regional, que com a geração de sinergias aumentam o potencial de crescimento destas empresas regionais, agora com foco direcionado para aqueles atributos que fidelizam seus clientes, como o gerenciamento de suas unidades de atendimento ao cliente e gestão da marca.
Outra dinâmica deste mercado é o crescimento de integrações verticais no setor. Cada vez mais encontramos novos laboratórios ou centros diagnósticos próprios de operadoras de saúde, com foco no gerenciamento de custos e da informação, liderados pelas cooperativas médicas.
Por último, nota-se a maior integração das especialidades diagnósticas por todo o país no que chamamos de centros de diagnósticos, com benefícios diretos ao cliente (one-stop-shop), benefícios operacionais com otimização de estruturas e aspectos distintos de impactos econômico-financeiros, tal como a escala de exames das análises clínicas e o preço médio dos exames radiológicos complexos.
A avaliação destas dinâmicas é de grande interesse para apontarmos as tendências deste mercado, foco de nossa próxima discussão neste blog. Até lá!