O criador do método para fertilização in vitro, concebido em 1978, e professor emérito da Universidade de Cambrigde, Robert Edwards, recebeu o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2010. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (4) pela Fundação Nobel, no Karolinska Institutet, em Estocolmo.
Pelo prêmio, Edwards, de 85 anos, receberá um prêmio de 10 milhões de coroas suecas, equivalentes a quase US$ 1,5 milhão. Os próximos prêmios a serem anunciados são nas áreas de Física, Química, Economia, Literatura e Paz.
O trabalho do fisiologista britânico permitiu, até hoje, o nascimento de 4 milhões de pessoas e uma solução para a impossibilidade de ter filhos, problema que afeta entre 1% e 2% dos casais em países desenvolvidos na Europa e no continente americano.
Óvulos podem não dar origem a bebês por motivos genéticos, de má formação do material oferecido pela mulher ou pelo homem. Obstruções ou defeitos no transporte da produção do ovário até as trompas de falópio também dificultam a fertilização.
A técnica de Edwards consiste em retirar um óvulo da mulher e fertilizá-lo com esperma. O ovo fertilizado é colocado de volta no corpo, desta vez no útero. A partir daí, o desenvolvimento do feto é idêntico ao dos demais, com a multiplicação celular gerando tecidos e dando formato ao bebê.
O nascimento da primeira criança pela técnica, Louise Joy Brown, em 1978, na Grã-Bretanha, foi a principal conquista destacada pelo comitê organizador da premiação para premiar Edwards.
Nascido em 1925, Robert G. Edwards foi militar durante a Segunda Guerra Mundial e estudou biologia no País de Gales e na Universidade de Edimburgo, na Escócia.
As pesquisas de Robert Edwards sobre fertilização in vitro começaram no final da década de 1950. O fisiologista, inicialmente, estudava o desenvolvimento de embriões em ratos, porém percebeu que seus estudos poderiam levar a uma solução para o problema da infertilidade.
Durante vinte anos, Edwards continuou suas pesquisas, contando com a ajuda do obstetra e ginecologista Patrick Steptoe, lembrado pelos membros do comitê organizador da Fundação Nobel como parceiro do Nobel de Medicina em 2010. Steptoe faleceu em 1988.
Veja a lista dos premiados com o Nobel de Medicina dos últimos 10 anos:
2010: Robert Edwards (Grã-Bretanha)
2009: Elizabeth Blackburn (Austrália-Estados Unidos), Carol Greider e Jack Szostak (Estados Unidos).
2008: Harald zur Hausen (Alemanha), Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier (França)
2007: Mario Capecchi (Estados Unidos), Oliver Smithies (Estados Unidos) e Martin Evans (Grã-Bretanha).
2006: Andrew Z. Fire (Estados Unidos) e Craig C. Mello (Estados Unidos).
2005: Barry J. Marshall (Austrália) e J. Robin Warren (Australia).
2004: Richard Axel (Estados Unidos) e Linda B. Buck (Estados Unidos).
2003: Paul C. Lauterbur (Estados Unidos) e Peter Mansfield (Grã-Bretanha).
2002: Sydney Brenner (Grã-Bretanha), John E. Sulston (Grã-Bretanha) e Robert Horvitz (Estados Unidos).
2001: Leland H. Hartwell (Estados Unidos), R. Timothy Hunt (Grã-Bretanha) e Paul M. Nurse (Grã-Bretanha).
*Com informações do G1
Você tem Twitter? Então, siga http://twitter.com/SB_Web e fique por dentro das principais notícias do setor.