Cresce o número de mulheres adultas que sofrem de acne. Manifestação está ligada a elevados níveis de estresse
Adolescentes que sofrem de acne são usualmente consolados pela ideia de que com o início da vida adulta o problema desaparecerá. Contudo, nos últimos anos cresceu consideravelmente o número de mulheres entre 25 e 35 anos com quadros esporádicos de espinhas – cerca de 50% se queixam do incômodo. E mais: uma em cada cinco é acometida de maneira complexa, mesmo que não tenha tido o problema na adolescência.
Uma das razões por trás dessa nova realidade é o estresse ao qual as mulheres estão submetidas. “Sabe-se que o estresse faz com que as glândulas adrenais liberem hormônios masculinos, o que aumenta a oleosidade da pele”, destaca a dermatologia Cristiane Dal Magro. Ou seja: levar uma vida profissional similar à vivida pelo companheiro, agregando ainda responsabilidades domésticas e familiares, é uma decisão que pode ser sentida na pele. “As mulheres são três vezes mais sujeitas à acne que os homens, a pele feminina é mais sensível”, complementa a médica.
Estudo conduzido no Nantes University Hospital verificou que a acne na fase adulta é diferente daquela que ocorre na adolescência. Enquanto as meninas tendem a apresentar espinhas na zona T – testa, nariz e queixo, adultas apresentam cistos profundos, difíceis de tratar. Há também uma sazonalidade: 85% das mulheres registram a ocorrência antes e durante o período menstrual. Dois estudos apontam, ainda, a associação ao tabaco – acredita-se que a nicotina aumente a oleosidade e bloqueie o suprimento de vitamina E, essencial à reparação da pele.
Dra. Dal Magro faz coro com dermatologistas de todo o mundo: está na hora de reavaliar quem está sujeito à acne, os fatores causais e a condução. “Estamos lidando com duas manifestações diferentes do problema. A tradicional, vista em adolescentes, e esse novo quadro, que por vezes aparece até na maturidade, após os 40 anos. É fundamental ao médico assistente compreender o contexto da mulher contemporânea, atuando sobre a patologia e orientando a adoção de um estilo de vida que privilegie o controle dos níveis de estresse”, conclui.
Carla Furtado
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