Por Dr. Ricardo Teixeira

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição geneticamente herdada que se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. O problema acomete entre 6% e 8% das crianças em todo o mundo e ate 60% delas continuarão a apresentar os sintomas durante a adolescência e a idade adulta.

Já é bem reconhecido que crianças com o diagnostico de TDAH tem um maior risco de, no futuro, usarem drogas – incluindo tabagismo, abuso e dependência de álcool e de drogas ilícitas. Além disso, há um forte corpo de evidências que aponta que esse risco é menor entre adolescentes que receberam tratamento com medicações estimulantes, como o metilfenidato, durante a infância. Estudos em modelos animais revelam que o uso dessas medicações reduz o interesse por drogas como a cocaína. O fator psicossocial também é relevante e podemos hipotetizar que crianças tratadas na infância receberam mais atenção por parte dos pais.

Um novo estudo publicado na última edição da revista Archives of Pediatrics and Adolescent Medicine confirma o efeito protetor do tratamento medicamentoso em relação ao risco do uso de drogas. A pesquisa acrescenta um importante dado à literatura: o efeito protetor do tratamento é tão importante nas meninas como nos meninos.