A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) recusou US$ 2,2 milhões doados pelo governo australiano e apelou às autoridades para que enviem pessoal de saúde à África Ocidental para combater o ebola. A MSF simplesmente não tem capacidade para fazer o trabalho sozinha. Estamos recusando gente nas nossas clínicas, que operam há semanas acima da sua capacidade, informou a organização em comunicado nesta quinta-feira (2).
A organização não governamental pediu apoio de pessoal por considerar que poderia ter um impacto muito significativo nos esforços de combate à doença.
Até uma dúzia de pessoas capacitadas – que possam supervisionar as equipes locais na gestão do centro de isolamento, ajudar na detecção de casos e em medidas de controle do surto – poderiam salvar milhares de vidas, acrescentou a MSF.
A organização diz que as limitações logísticas impedem o aumento da ajuda em países como a Libéria, Serra Leoa ou a Guiné-Conacri, os três mais afetados.
A Austrália deve parar de dar desculpas para se unir na luta contra o ebola ( ). Países como a Austrália, com capacidade para fazer a diferença, estão olhando para o lado, para evitar responsabilidade, e recusam-se a enviar o próprio pessoal para ajudar, diz a MSF em comunicado.
Em seis meses, o número de mortos em consequência do ebola, sobretudo na África Ocidental, já ultrapassou os 3 mil, ou seja, cerca de metade dos 6.500 casos registrados, segundo a Organização Mundial da Saúde.