Quase um mês depois do início da greve nacional dos médicos residentes, a categoria realizou nesta sexta-feira(10) uma assembleia regional no Rio de Janeiro para reavaliar as negociações. Os trabalhadores esperam para a próxima semana o diálogo com o governo federal, anunciado recentemente pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
O Ministério da Saúde no Rio de Janeiro informou que a rede hospitalar federal, composta por seis hospitais no estado, não foi afetada pela greve. “Até o momento, a categoria demonstra preocupação em não prejudicar o funcionamento dos serviços, principalmente nas unidades que possuem atendimento de emergência. Manifestações pontuais têm ocorrido em uma ou outra unidade, sem, contudo, prejudicar o fluxo de atendimento à população, seja na assistência ambulatorial ou na realização dos procedimentos cirúrgicos”, informou o ministério.
De acordo com a presidente da Associação dos Médicos Residentes do Rio de Janeiro (AMRRJ), Beatriz Costa, existem no estado 4.620 médicos residentes e a maioria dos hospitais continua parada. “A greve começou no dia 17 de agosto. O ministro pediu para reabrir as negociações para a próxima semana. Reivindicamos a melhoria nas condições de insalubridade no trabalho, aumento de quatro para seis meses da licença-maternidade, e o reajuste da data base anual, porque a gente não tem reajuste na bolsa. Esse reajuste de 38,7% é uma defasagem, já que desde 2006 nós ganhamos R$ 6,57 a hora de trabalho”, afirmou.
Beatriz Costa observou ainda que, no âmbito estadual, as autoridades têm apoiado a greve, mas a categoria depende das decisões do governo federal que, segundo ela, tem tido “uma postura ditatorial, por não dialogar com os trabalhadores desde o início da greve”.
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que não vai se posicionar em relação à greve, mas observou que, das unidades estaduais, apenas os hospitais Getúlio Vargas e Saracuruna contam com médicos residentes e, assim mesmo, em pequeno número. “Esses profissionais não paralisaram suas atividades em nenhum momento. Assim, o movimento não afetou em nada o atendimento nas unidades estaduais”, informou a secretaria estadual.
A Secretaria Municipal de Saúde, por sua vez, informou que, nas unidades de sua competência, “o serviço à população não foi afetado, uma vez que os residentes representam mão de obra auxiliar nos plantões das unidades onde eles atuam”.
Ao todo são 22 mil médicos residentes no país, fazendo especialização e atuando na emergência, ambulatório, operações e enfermaria, entre outras atividades.
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