Entidades do setor médico de todo o Brasil aproveitaram o dia do médico, comemorado hoje (18), para destacar a necessidade da valorização dos profissionais da saúde que atuam no setor público, atendendo pelo Sistema Único de Saúde e também na saúde suplementar. Valorizar o profissional, criar melhores condições de trabalho e melhorar o acesso à saúde são algumas das reivindicações do setor que serão temas de mobilizações espalhadas por todo o País.

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Valorizar a saúde, a profissão médica e, acima de tudo, a vida foram os principais pontos destacados pelo vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá. “O trabalho do profissional médico no Brasil tem se tornado cada vez mais precário, tanto no Sistema Único de Saúde (SUS), quanto na saúde suplementar. Temos notado uma ausência dessa discussão na esfera política, pouco tem se discutido sobre as condições de trabalho do médico”.

Segundo Tibiriçá, outra exigência da categoria é a aprovação da Emenda 29, que irá prover mais recursos à saúde. “Esperamos que o novo governo aprove a Emenda 29 nos primeiros 100 dias de gestão”. Tibiriçá destacou também que é fundamental que o poder público acabe com a precariedade do trabalho médico no Brasil e a necessidade um plano de cargos e carreiras para que o médico possa se fixar profissionalmente no SUS.

Outro ponto que também será abordado pelas discussões e mobilizações que ocorrerão durante toda a semana é o reajuste salarial para R$ 8.400 por 24 horas trabalhas. O vice-presidente do CFM destacou que a classe médica é vital, não só para o atendimento á saúde da população, mas também para alguns setores da economia como a indústria farmacêutica, de equipamentos hospitalares e pra a saúde suplementar. “A mesma falta de interesse que existe em não querer atender pelo SUS existe também na saúde suplementar, e os motivos são os mesmo. Falta reconhecimento e investimento no profissional”, completa Tibiriçá.

Para chamar a atenção da sociedade, governo e operadoras de saúde, a Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo (Saesp), organiza uma paralisação no serviço de anestesia em todo o Estado. A entidade estima atingir grande parte da categoria, que conta com cerca de quatro mil profissionais em todo o Estado e cruzará os braços na próxima quinta feira (21).

Segundo o presidente da Saesp, Desirê Callegari, a categoria quer um reajuste nos repasses feitos pelo SUS e pelas operados de saúde. “A remuneração que um anestesiologista recebe por procedimento tanto no SUS quanto na saúde suplementar é muito baixa, o que resulta em uma sobrecarga de trabalho ao médico”.

Callegari ressalta ainda que nos últimos dez anos houve um repasse de apenas 60% aos médicos da categoria frente a uma inflação acumulada de 105% e um reajuste passado das operadoras aos beneficiários de 136%. “A ANS faz o intermédio nas relações entre operadoras e clientes, mas se esquece da terceira perna do tripé, que é o médico”, completa.

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