A última quarta-feira, 21, foi marcada pelo Dia Nacional do Protesto. A data foi o início de uma série de paralizações relâmpago pela classe médica. “A cada semana faremos uma pausa no atendimento de até no máximo duas horas em hospitais da rede pública e centros de atendimento e instruiremos as pessoas que estão esperando para ser atendidas, a buscar solidariedade com a população”, esclarece Geraldo Guedes, coordenador da comissão nacional Pro-SUS da AMB-CSN e Fenam.
A data estabelecida pela Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Federação Nacional dos Médicos (FENAM) e entidades médicas estaduais marcou também o lançamento de um cronograma de ações da classe. De acordo com Guedes, a idéia não é deixar de atender drasticamente, mas ter um apelo pedagógico diante da sociedade. “Queremos mostrar que o profissional da saúde precisa de melhores condições de trabalho para manter o sistema único de saúde, que é copiado pelo mundo inteiro”, conta.
Segundo o coordenador, a classe está aberta para negociação de propostas com o governo. Caso até o dia 5 março não exista um plano de ações consistente, a promessa é de se rebelar de forma mais incisiva. “Com o amplo conhecimento da população, com o governo consciente, partiremos para outras formas de manifestação e para atitudes mais drásticas”.
A classe reivindica uma proposta do governo que atua de forma concreta para solucionar o problema da saúde pública brasileira. “O governo investe em saúde US$ 220 per capita. Isso é menos do que países como o Chile e a Bolívia. É fato que falta recursos para a saúde, porque existem bons gestores no Brasil”, diz Guedes.
O representante está a caminho de Brasília nesta quinta-feira, 22, para apresentar um balanço de todas as atividades do Dia do Protesto, que foi marcado por atos públicos em Belo Horizonte, Pernambuco, Rio de Janeiro, Sergipe, São Luiz, Belém, Pará e outras localidades nordestinas.
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