”A conclusão é que a saúde digital por meio de dispositivos móveis pode ser usada na prevenção de doenças cardiovasculares, especialmente em grupos de alto risco”, disse ao MobiHealthNews o chefe da pesquisa, Dr. R. Jay Widmer. ”Porém, o sucesso de uma intervenção depende da forma e da frequência que ela é usada. Isso é algo que pode ser incorporado para reduzir a carga da doença em todo sistema de saúde, quando se paga por um valor elevado.”

No estudo, que foi financiado pela BIRD Foundation e recentemente apresentado na 63rd Annual Scientific Session, em Washington, a Mayo Clinic desenvolveu um programa online e para smartphones destinado à pacientes que estão se recuperando da colocação de uma endoprótese, resultado de um ataque cardíaco. Quarenta e quatro pacientes participaram do estudo – 25 deles usando o aplicativo e 19 no grupo de controle, estando em reabilitação cardíaca sem o uso do programa.

Os pacientes usaram o aplicativo por três meses, que conta com duas funções: rastrear os sinais vitais do indivíduo e prover conteúdo educacional. Para o primeiro, eles controlam o peso, pressão sanguínea, açúcar no sangue e os níveis de atividades físicas e dietas. O conteúdo educacional tem como objetivo fornecer dicas para ajudar a evitar um segundo problema cardíaco, como comer mais peixe ou fazer exercícios.

”O aplicativo é realmente configurado para a auto monitoração do paciente”, disse o Dr. Widmer. ”Nós pedimos aos pacientes em seu primeiro uso para que inserissem todas as suas métricas, para que quando começassem a reabilitação cardíaca pudessem colocar sua pressão sanguínea, glicose, tempo de atividades físicas e dieta, para que eles tenham uma boa ideia de onde estão em relação à prevenção de doenças cardíacas. Então, o paciente pode logar diariamente ou em dias alternados, onde é pedido que alguns desses dados sejam reinformados, além de ser solicitado de que o paciente faça algumas atividades educacionais.”

Cerca de 60 por cento do grupo controle foi readmitido no hospital, ou admitido em prontos-socorros em até 90 dias. No grupo que usou o aplicativo, o número foi apenas próximo de 20 por cento. Além disso, o peso dos pacientes que usaram o aplicativo diminuiu cerca de 4,1 kg em relação ao grupo de controle e a pressão sanguínea apresentada foi de 8mmHg mais baixa. O Dr. Widmer disse que há também uma correlação entre a frequência que o programa é usado e a melhora nos números dos pacientes.

”Pacientes com maior frequência de logins e que passam mais tempo no aplicativo apresentam queda na pressão sanguínea mais precipitadamente”, disse ele. ”Portanto, existe uma relação entre o uso da intervenção e as medidas secundárias de doenças cardiovasculares que examinamos. Os pacientes estavam menos estressados enquanto usavam mais o programa e tinham melhor dieta e faziam atividades físicas com mais frequência enquanto usavam mais o aplicativo.”

Esse estudo não foi relacionado ao estudo de iPad do ano passado, também conduzido pela Mayo Clinic, para pacientes que se recuperavam de cirurgias cardíacas em hospitais. Dr. Widmer diz que esse estudo vai ser acompanhado com uma experiência maior, mas que não há motivos para que hospitais públicos e privados não possam começar a incorporar aplicativos em reabilitações cardíacas imediatamente. Ele diz que muitos grupos, incluindo o VA (Veteran Affairs, grupo de saúde dos veteranos de guerra americanos), apresentaram interesse.


Traduzido e adaptado de: MobiHealthNews