ALERTA DE VÍDEO: Vídeo com entrevista com o gastrenterologista Michael Wallace sobre este estudo está disponível em Mayo Clinic News Network.
JACKSONVILLE, Flórida, novembro de 2013 —O uso de um procedimento endoscópico minimamente invasivo para remover o câncer de esôfago, em estágio inicial, é tão eficaz quanto a cirurgia para excisão e reconstrução do esôfago, de acordo com um estudo de pesquisadores da Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida. A pesquisa, publicada na edição de novembro do jornal Clinical Gastroenterology and Hepatology, examinou resultados do tratamento endoscópico de todo o país (EUA), comparando-os com os da esofagectomia, a cirurgia para a remoção do esôfago.
A pesquisa mostrou que a terapia endoscópica oferece taxas de sobrevivência de longo prazo similares às garantidas pela esofagectomia, diz o autor principal do estudo Michael Wallace, gastrenterologista da Clínica Mayo da Flórida.
“A ressecção endoscópica do esôfago é um procedimento similar ao da remoção de pólipos no cólon, embora seja bem mais complexa tecnicamente. A esofagectomia é um procedimento cirúrgico de grande porte, com a retirada total do esôfago e puxando o estômago para cima, para criar um novo tubo para a passagem dos alimentos”, explica Michael Wallace.
“Nosso estudo sobre os resultados nacionais, bem como nossa própria experiência com o procedimento na Clínica Mayo da Flórida, sugerem que os dois procedimentos oferecem probabilidades similares de cura e de sobrevivência de longo prazo”, diz. “Agora os pacientes têm a opção de preservar o esôfago, quando o câncer é diagnosticado em seu estágio inicial”, explicou.
A pesquisa examinou os resultados nacionais dos dois procedimentos, em pacientes com adenocarcinoma do esôfago, o tipo mais comum de câncer de esôfago nos Estados Unidos. A equipe de pesquisa buscou informações no banco de dados da Vigilância, Epidemiologia e Resultados Finais (SEER – Surveillance, Epidemiology and End Results) do Instituto Nacional do Câncer.
Os pesquisadores identificaram 1.619 pacientes com adenocarcinoma do esôfago em estágio inicial, que se submeteram à terapia endoscópica (19%) ou cirurgia (81%), de 1998 a 2009. Muitos desses pacientes foram tratados de câncer proveniente do esôfago de Barrett, uma doença em que as células na parte inferior do esôfago transmutam para um estado pré-canceroso.
Os pesquisadores coletaram dados de sobrevivência até o final de 2009 e descobriram que a quantidade de terapias endoscópicas cresceu progressivamente – de 3% em 1998 para 29% em 2009 – e foi escolhida, com maior frequência, por pacientes mais velhos. Depois de ajustada para os fatores paciente e tumor, os pesquisadores concluíram que os pacientes tratados com endoscopia tiveram, em geral, um tempo de sobrevivência comparado com o da cirurgia.
“A terapia endoscópica para o câncer do esôfago em estágio inicial está se tornando um método aceitável para todos os pacientes com câncer de esôfago em estágio bem inicial”, diz Michael Wallace. Ele explica que, por causa da complexidade do procedimento, essa terapia é geralmente oferecida por instituições médicas consagradas pela excelência em endoscopia, tais como a Clínica Mayo da Flórida, que tem uma ampla experiência em abordagem multidisciplinar da terapia endoscópica.
Entre os coautores do estudo estão os gastrenterologistas da Clínica Mayo Saowanee Ngamruengphong e Herbert Wolfsen.
O estudo foi financiado pela Fundação Mayo para Educação Médica e Pesquisa.
Para mais informações sobre tratamento de câncer do esôfago e outros tipos de câncer na Clínica Mayo de Jacksonville, Flórida, contate o departamento de Serviços Internacionais pelo telefone 1-904-953-7000 ou envie um email para [email protected]. Para mais informações em português, visite www.mayoclinic.org/portuguese/.