Percentualmente, o número de médicos que tem procurado ajuda especializada para a administração da sua clínica médica é cada vez maior, mas ainda assim o número absoluto de quem busca esse serviço é pequeno. Em entrevista concedida pelo professor Dr. Marinho Jorge Scarpi, oftalmologista pela Escola Paulista de Medicina – UNIFESP e especialista em Gestão de Saúde e autor do livro “Administração em Saúde – Autogestão de consultórios e clínicas”, foi destacada a importância da administração sistêmica do empreendimento em saúde.

Dr. Marinho nos conta alguns erros clássicos por conta da maioria dos médicos que buscam uma consultoria em gestão. Grande parte deles o faz num momento tardio, em que, por vezes, a situação já é insustentável. Isso ocorre, pois partem logo para a abertura do negócio, com a vontade de crescer logo e ganhar dinheiro rápido, de maneira que não há um planejamento prévio. Além disso, procuram mais pela opinião na área de finanças e não entendem que o financeiro é apenas o resultado de toda uma cadeia de planejamento – e nenhum modelo de gestão tem foco exclusivo no resultado financeiro. Outro erro muito comum é não ter idéia do preço que se cobra e assim não ter argumentos o suficiente para negociar com os convênios.

Todos esses problemas decorrem da falta do ensino em gestão no curso médico brasileiro. Não há sequer conscientização de que deve haver uma parte da formação nesse sentido. Apesar de, em cursos como enfermagem, já haver muitas matérias de administração há algum tempo, o contato que o aluno da faculdade de medicina tem com área da gestão ainda é ínfimo. Quando o tem, é apenas em cursos de pós-graduação que, em sua maioria, focam na gestão hospitalar. Desse modo, tem-se que adaptar o que lá aprendem para o pequeno e médio negócio. Assim, as clínicas sempre que foram buscar consultorias, o fizeram com administradores que trabalham numa área geral e não da saúde. E saúde é uma área complexa, em que os processos são tem suas particularidades em relação às áreas gerais.

Dentre essas dificuldades, Marinho ainda conta uma maior: o empreendedor não sabe quanto custam os seus serviços. A maioria não tem uma central de custos. Eles apenas contabilizam o quanto entra e o quanto tem que pagar. Desse modo, não conseguem lidar com os baixos preços pagos pelo convênio.

“Se o médico não sabe quanto custa um paciente, não consegue nem negociar com o convênio. Os convênios sabem que muito do que eles pagam dá prejuízo, mas sem uma planilha, não dá para abrir o diálogo. Tem procedimentos que dão 300% lucro (sofisticadas que nem sempre são necessárias) e outros essenciais que dão 60-70% de prejuízo. Assim, é preciso conhecer: os protocolos clínicos e processos de apoio; como quer trabalhar e qual o perfil das pessoas necessárias para o desenvolvimento disso. Esses fatores devem ser  quantificados e a qualificação orientada pelo RH. Tudo isso deve estar de acordo com a cascata do planejamento e com o que a liderança da empresa almeja, tal como Vicente Falconi também prega em “O Verdadeiro Poder.”””Se não há o conhecimento desses passos, não existem condições de ver o quanto é preciso investir em educação e treinamento, ou como deve ser a seleção do pessoal. Essa falta de planejamento, culmina em deixar a clínica com  pessoas de qualificação inadequada pro negócio e, por conseguinte, não se consegue pagar as contas. Começa aí o processo de demissões para cortar custos. Por isso é preciso o conhecimento sistêmico.”

A solução para essa problemática, de acordo com Dr. Marinho é: conscientizar o médico o mais precocemente possível, com matérias de gestão logo no início da graduação. Só assim, será possível entender no empresariado da saúde que o trabalho com o administrador deve ser feito sempre lado a lado, desde antes da abertura do negócio.

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