Essa notícia foi pauta em diversos veículos na semana passada, mas será que o movimento da Amazon significa apenas apenas a sua estreia no mercado de mHealth e Wearable Devices?

Antes de mais nada – na visão deste colunista – a Amazon não é apenas uma empresa de ecommerce ou tecnologia, como a maioria das pessoas a classificam. A Amazon é principalmente uma empresa de logística.

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Para justificar essa “nova” classificação da Amazon, basta observarmos os movimentos que a empresa fez antes do lançamento do canal. Patenteou um método de entrega preditiva, onde o produto sai para a entrega antes que você o compre.  Criou o AmazonFresh, onde entrega produtos frescos no mesmo dia, ou no dia seguinte. E investiu no mercado de drones com o Amazon Prime Air, que promete fazer entregas com drones e ainda está em fase de testes.

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Mas se a Amazon é uma empresa de logística, qual seu interesse nos wearables devices? Primeiro vem o motivo mais óbvio, o de que é uma tendência e a empresa precisa estar alinhada, porém acredito que esse movimento mostre intenções muito maiores que apenas acompanhar o mercado.

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Ao correlacionarmos as duas expertises, logística e saúde, nos deparamos com um problema enorme na saúde, a baixa acessibilidade que algumas regiões no mundo tem à saúde, e que a mHealth pode ajudar.

Há muito dinheiro envolvido, são governos querendo reduzir índices de mortalidade e gastos com saúde, farmacêuticas que buscam expandir sua distribuição e muitos outros stakeholders que perdem dinheiro com o atual cenário.

Para alguns pode parecer teoria demais, então trago duas matérias recentes sobre o uso de drones na saúde, especificamente na área de acessibilidade. Embora ambas iniciativas estejam sendo testadas em áreas de grande acesso, podemos vislumbrar grandes avanços num futuro próximo.

A startup QuiQui, de São Francisco (EUA), tem como objetivo fazer entregas de medicamentos de produtos de farmácia com drones. O problema identificado foi o desconforto que as pessoas tem ao ir até uma farmácia quando estão doentes. Já uma das maiores concorrentes da Amazon na entrega com drones, a DHL, está testando o uso dessa tecnologia na entrega de medicamentos na Alemanhã, e não estamos falando em uma startup, e sim em uma empresa que fatura bilhões, assim como a empresa de Jeff Bezos.

Mesmo que o movimento seja óbvio, a Amazon irá explorar o mercado de wearables como ninguém, já que qualquer fornecedor gostaria de ter seus produtos vendidos pela gigante. Mas também não podemos fechar os olhos para o que a empresa tem testado nos últimos anos, e para o que seus concorrentes tem feito.