Na semana passada foi discutido, no Senado norte-americano,
um estudo que mexeu novamente com os americanos. Passados 15 anos da publicação
do Institute of Medicine: To err is
human (IOM, 1999), as coisas pioraram. O número de mortes prematuras,
associadas com eventos adversos evitáveis, de pacientes internados nos
hospitais americanos, pode chegar a mais de 400 mil ao ano, mais do que quatro
vezes o número apresentado na publicação do IOM de 1999.
Os experts em segurança do paciente, reunidos neste painel realizado pelo Subcomitê do Senado para atenção primária e envelhecimento, recomendaram o
seguinte: necessidade dados confiáveis; sistema de monitoramento e de medidas
que possam prover, constantemente, comparações acuradas dos desfechos clínicos;
responsabilização e incentivos alinhados para encorajar o foco na segurança; e
a necessidade por uma legislação federal para a saúde semelhante a que existe para
segurança na aviação. Eles também deixaram clara a importância no redesenho do
sistema onde torne a segurança parte da cultura da instituição.
Um dos painelistas, Prof. Ashish Jha da Escola de Saúde
Pública de Harvard, foi mais incisivo dizendo que: Enquanto não chegarmos ao
ponto em que o CEO de um hospital fique deitado a noite se preocupando com a
segurança dos pacientes em seu hospital, eu não acho que nós iremos mover a
agulha.
Se extrapolarmos o estudo do Dr. James à realidade
brasileira, penso que a situação seja mais crítica. No entanto, as sugestões
dos painelistas são perfeitamente aplicáveis ao nosso cenário.
Dos dias 6 a 8 de Agosto próximo
será realizado o SAFETY 2014 no Rio de Janeiro,
onde este tema será muito discutido. Na minha palestra, no primeiro dia do
Congresso, discutirei a importância da avaliação do desempenho do corpo clínico
como necessidade e estratégia para engajamento dos médicos nas ações de
segurança do Hospital. A programação do evento está muito boa, portanto
recomendo aos colegas que participem.