Avaliação oftalmológica periódica oferece maiores chances de detecção precoce desse agressivo tumor que acomete crianças na primeira infância
Apesar de afetar apenas quatro crianças em cada grupo de um milhão, o retinoblastoma é o tumor ocular mais comum na infância e pode levar a óbito. Na maior parte dos casos, ocorre em crianças de pouca idade, podendo surgir de forma esporádica ou hereditária.
A doença acomete meninos e meninas geralmente da fase pré-verbal até os dois anos e meio de idade. Segundo o Dr. Edney de Resende, do Hospital Oftalmológico Pacini, o retinoblastoma costuma ser descoberto de forma curiosa: “Costuma ser durante a realização de uma foto com uso de flash. Ao verificar o resultado, os pais observam uma mancha branca em um ou em ambos os olhos, que representa o reflexo da luz sobre a superfície do próprio tumor”, explica. Para fechar o diagnóstico, é necessário realizar o exame do fundo do olho, podendo ser complementado com ultrassonografia ocular e tomografia.
Variações e Enfrentamento – O retinoblastoma esporádico ocorre em apenas um dos olhos, enquanto o hereditário aparece sempre em ambos. Crianças com histórico da doença na família devem ser submetidas a exames periódicos juntamente com terapia genética para determinar o risco que têm em desenvolver o tumor.
Apesar de ser maligna e agressiva, a doença tem cura se a detecção for feita no estágio inicial. Em geral, os pequenos tumores são tratados a laser, enquanto os tumores médios envolvem quimioterapia, braquiterapia e laser. “Os tumores grandes só podem ser tratados pela remoção do globo ocular. Quando há invasão do sistema nervoso central ou metástases à distância usa-se quimioterapia e radioterapia no tratamento”, esclarece Dr. Edney.
No Brasil, 60% dos casos de retinoblastoma são diagnosticados tardiamente, quando já não é possível salvar o olho e, às vezes, nem a vida do pequeno paciente. O médico lembra que toda criança deve ser avaliada periodicamente. “Ao nascer, passa pelo Teste do Olhinho, que pode detectar uma série de doenças, inclusive esse tipo de tumor. Até os dois anos de idade, deve realizar uma visita ao oftalmologista a cada seis meses. A partir daí, uma consulta anual é suficiente, caso não haja sintomas”, conclui Dr. Edney.