Atualmente representada por um mercado de 48,7 bilhões de vínculos, sendo 80% planos coletivos, a saúde suplementar tem um grande desafio pela frente com vistas na mudança demográfica que se dará ao envelhecimento populacional. Além de uma população mais idosa, esta se tornará também mais longeva, portanto as previsões demográficas devem servir de alerta para os gestores tanto da saúde pública quanto da privada para atender às demandas assistenciais futuras, seja por financiamento público ou privado. ?Para a saúde suplementar, é necessário aprofundamento nas legislações acerca da sustentabilidade econômico-financeira do setor frente às mudanças demográficas e as legislações enrijecidas?, considera Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Após colher amostras de planos individuais de abrangência nacional e de autogestão no Estado de São Paulo, o instituto estima que o número de beneficiários com 60 anos de idade ou mais seja de 51 milhões em 2030 e 51,3 milhões em 2050, enquanto esse número chegou a marca de 43,8 milhões em 2010. Isso representa, de acordo com Carneiro, gastos assistências de R$ 9,7 bilhões e R$ 15,6 bilhões, respectivamente. Nos últimos dois anos o montante chegou a R$ R$ 4,9 bilhões. ?Não significa necessariamente que esses serão os números nos anos de 2030 e 2050, é apenas uma projeção, mas temos que nos preparar?, observa. O que salta aos olhos durante apresentação do executivo no evento do IESS sobre envelhecimento populacional, ocorrido nesta terça-feira (27), é o gasto total com internação em planos individuais e de autogestão, projetados em um aumento de 101, 8% e 132,2% respectivamente, até 2050. ?A transição demográfica aumentará a proporção dos beneficiários de planos de saúde que mais demandam de seus serviços. Mantido o equilíbrio da mensalidade por faixa etária, a receita dos planos aumentará na mesma proporção dos gastos assistenciais?, diz Carneiro. O número de beneficiários idosos crescerá 13,8% até 2030 e 14,5% até 2050, assim, para garantir a sustentabilidade da saúde suplementar, o executivo aconselha manter um ambiente de negócios favorável; mudança gradual do modelo assistencial, com foco na prevenção da saúde; novos tipos de planos e incentivos ao uso sustentável, que são planos de franquia alta ? muito comum em países como Estados Unidos.