Vivemos hoje na chamada era da informação, mas poderíamos também dizer que estamos na era da velocidade. O fluxo de informações é cada vez mais dinâmico e intenso e essa velocidade reflete-se no mundo dos negócios. Por isso, a logística é cada vez mais valorizada pelas empresas. Quando lidamos com medicamentos, o papel da logística torna-se ainda mais relevante – principalmente no caso dos medicamentos de alta tecnologia e complexidade.
Medicamentos de alta tecnologia e complexidade não são comercializados em farmácias e drogarias, pois são extremamente sensíveis e requerem armazenamento e transporte diferenciados. Muitos deles possuem alto custo e necessitam de vigilância constante para preservar suas propriedades terapêuticas. Estão incluídos nessa lista medicamentos para tratamento de câncer, diabetes, artrite reumatóide e reprodução humana, entre outros. São produtos que necessitam de supply chain específico.
A temperatura de conservação é fator determinante para que esses medicamentos preservem sua eficácia. Salas climatizadas e câmaras frias são indispensáveis para o armazenamento. Esses ambientes devem ter a temperatura monitorada constantemente e contar com geradores para casos de queda ou falta de energia elétrica. Quando lidamos com a saúde humana, todo o cuidado é pouco.
O transporte de medicamentos de alta tecnologia e complexidade também inspira uma série de cuidados. Eles devem ser mantidos na faixa de temperatura de conservação desde a expedição até o momento em que chegam às mãos dos clientes. Durante o transporte, esses medicamentos devem ser acondicionados em embalagens térmicas especiais. Além disso, uma série de cálculos deve ser feita para determinar a quantidade de gelo que cada embalagem irá receber, levando em conta a necessidade específica de temperatura de armazenamento de cada produto, a distância percorrida e a estimativa de tempo para que a entrega seja realizada. O transporte de medicamentos de alta tecnologia e complexidade deve ser feito por profissionais certificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Por se tratarem de produtos que visam ao tratamento de doenças complexas, reprodução humana e prevenção de doenças, o cuidado durante todo o supply chain deve ser extremamente rigoroso. Afinal, estamos lidando com o mais valioso dos bens: a saúde humana.
Para atender a algumas das necessidades especiais destes medicamentos, uma nova legislação, a Lei 11.903/2009, sancionada em janeiro de 2009, determina que todos os laboratórios do Brasil deverão implementar tecnologias de rastreamento em seus produtos no prazo de três anos. Essa Lei trará muitos benefícios para todos os setores da sociedade, pois irá combater a comercialização ilegal de medicamentos. Os ganhos no campo da logística também são significativos. As tecnologias de rastreabilidade permitirão monitorar todo o supply chain dos medicamentos, garantindo as condições ideais de armazenamento. Para o consumidor, isso significa a certeza de que está adquirindo um produto eficaz e com todas as propriedades terapêuticas conservadas.
*Carlos Roberto Ranciaro Silva é Presidente do Conselho do SAR, empresa especializada em distribuição de medicamentos de alta tecnologia e complexidade, que atua com a rastreabilidade de medicamentos desde 2000.
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