Com um investimento de cerca de R$ 200 milhões, a Libbs Farmacêutica, empresa 100% brasileira, vai construir e operar uma planta com capacidade para produção e desenvolvimento de medicamentos biológicos no Brasil.
Na nova planta, a ser operada sob a marca Libbs Biotec, será realizado o processo produtivo completo, compreendendo as etapas de cultivo, expressão, isolamento e purificação, formulação, envase e embalagem final do biomedicamento, bem como todas as operações para controle de processo e de qualidade.
As obras deverão ser concluídas em 2016, quando deverá ocorrer também a primeira entrega de medicamentos biossimilares.
O parque industrial da Libbs, localizado em Embu das Artes, a 23 km de São Paulo, ocupa uma área de mais de 150 mil m² e é composto por duas unidades, sendo uma química, de produção de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), que permite a verticalização de grande parte de sua produção, uma unidade farmacêutica, com capacidade produtiva de 120 milhões de unidades ao ano, e um Centro de Desenvolvimento Integrado ? CDI, que reúne uma equipe multidisciplinar.
Para dar início à sua operação, a Libbs firmou uma parceria com a Mabxience S.A. (empresa pertencente à farmacêutica Chemo, ambas do Grupo Insud) que prevê a transferência de tecnologia da produção de sete anticorpos monoclonais biossimilares para o tratamento de câncer e doenças autoimunes. De acordo com a companhia, o negócio – assinado no dia 17 de abril em Brasília, no Ministério da Saúde, na presença do ministro Alexandre Padilha, e do secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Gadelha -, reflete os objetivos do Complexo Econômico Industrial da Saúde (CEIS).
?Acreditamos que este é momento muito importante não apenas para a Libbs, mas para o País, porque abre caminho para a nossa independência e o domínio tecnológico de uma área até então inacessível para a indústria brasileira, possibilitando o acesso à biotecnologia de 2ª geração, que tem revolucionado o tratamento de diversas doenças e assumido parcela cada vez maior na introdução de novos fármacos?, afirma o Vice-Presidente de Negócios da Libbs, Alcebíades de Mendonça Athayde Junior.
A planta é a primeira da América do Sul com capacidade para produzir anticorpos monoclonais, que são utilizados para o tratamento de diversos tipos de câncer e doenças autoimunes.
Medicamentos biológicos são aqueles originados a partir de um processo biológico. Isto é, o princípio ativo do medicamento é obtido por meio do emprego industrial de micro-organismos ou células modificadas geneticamente, o que permite a produção de proteínas mais complexas, com menor efeito colateral do que as já existentes.
O primeiro produto da parceria já teve seu estudo clínico (o primeiro de medicamento biossimilar a ser conduzido por uma empresa brasileira) aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e está em fase de avaliação na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O estudo envolverá cerca de 60 pacientes no Brasil, além de outros 190 pacientes em outros países da América Latina, da Europa, e da África do Sul.