Em um mercado global cada vez mais competitivo, a inovação se tornou mais do que um diferencial entre as empresas: é a chave para o crescimento das companhias.

Para destacar as melhores iniciativas, a consultoria global de gestão de negócios Hay Group acaba de lançar um estudo mundial com as 20 principais empresas no quesito liderança e ambiente propício para desenvolvimento da inovação.

A General Electric ocupa o primeiro lugar do ranking, seguida por Procter & Gamble e IBM. Já na lista com os 10 principais nomes da América Latina, a Unilever figura na liderança, enquanto Petrobras e Itaú Unibanco aparecem na sétima e oitava colocações, respectivamente.

A pesquisa denominada Best Companies for Leadership ? que está na sétima edição ? aponta que os líderes das 20 melhores empresas mundiais apoiam a inovação e 90% deles relataram que os colaboradores podem contornar a cadeia de comando sem consequências negativas caso tenham uma boa ideia. Essa quebra de protocolo é permitida em 63% das outras companhias pesquisadas.

Ao todo, foram ouvidos quase 7 mil executivos de 2,3 mil organizações, sendo 35% provenientes da Europa, 31% da América Latina, 21% da Ásia/Oceania/África, 11% da América do Norte e 2% do Oriente Médio.

O cálculo por trás da posição da empresa no ranking é feito a partir das respostas das empresas nos questionários aplicados pela consultoria, mais o número de indicações de outros pesquisados. Para figurar nas primeiras posições, as companhias precisam ser citadas por entrevistados de outros países.

Resultado prático

De acordo com o estudo, 95% das companhias que aparecem no ranking mundial afirmaram que seus líderes seniores dispõem de tempo para desenvolver pessoas e 90% disseram que os líderes trabalham ativamente para que os colaboradores entendam as estratégias da empresa a longo prazo. Nas demais empresas isso ocorre, respectivamente, em 48% e 53%.

O resultado prático dessas decisões é que as 20 principais companhias superam seus pares na bolsa. Em 10 anos, as empresas que compõem o S&P 500 tiveram retorno de 2,92%, enquanto as empresas que aparecem no levantamento apresentam rentabilidade de 5,39%.

As companhias que se destacaram na América Latina figuram quase que em sua totalidade no ranking do Brasil. A exceção é a Ambev que aparece na sexta colocação no levantamento nacional em lugar da LAN.

Cerca de 76% das 30 empresas brasileiras pesquisadas pretendem investir em inovação neste ano e 52% delas utilizam a Lei do Bem para os processos de inovação, que permite que as organizações obtenham incentivos fiscais automáticos quando realizam pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação.

José Fernando do Valle, diretor de Recursos Humanos da 3M do Brasil, afirma que os produtos criados não têm nacionalidade. Isso porque as sedes regionais têm autonomia como valor. Hoje, no país, são comercializados 15 mil itens, enquanto globalmente chega a 50 mil.

?Temos um lema na empresa que 15% do tempo do trabalho do colaborador seja voltado a pensar em outras coisas. Neste momento, aumentam as chances de ideias criativas surgirem?, afirma.

Um resultado desse processo interno foi a criação de um líquido supressor de poeira que é usado para evitar perda de material e poluição durante o transporte de matérias-primas da mina até o porto. A expectativa é que este mesmo produto seja utilizado na construção do estádio da Copa do Mundo, em Brasília.

João Senise, vice-presidente de recursos humanos da Pepsico, diz que as inovações nos produtos são, em geral, incrementais. A equipe do Brasil foi responsável pela criação do Cheetos assado e pelo uso do óleo de girassol. ?Também mudamos a forma de fazer as prateleiras dos nossos produtos nos supermercados que, agora, são feitas a partir das embalagens dos produtos?, conta.

Fatores de engajamento

Internamente, a Pepsico faz uma pesquisa, a cada seis meses, para descobrir quais são os principais fatores de engajamento dos colaboradores.

Diferentemente do que se pode imaginar, a questão salarial não aparece na primeira colocação. Na liderança está a possibilidade de obter mais oportunidades, seguida pela melhoria da remuneração e qualificação das lideranças.

Marcelo Williams, vice-presidente de Recursos Humanos da Unilever, acrescenta que 25% da inovação vêm de dentro da empresa. O restante é fruto da sugestão dos consumidores.

Já Sandra Lima, diretora de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Vivo, acrescenta que, neste um ano de integração com a Telefônica, a cultura de inovação ficou um pouco de lado, mas a ideia é criar um ambiente favorável para aprender e transformar a empresa em um ambiente menos hierarquizado.
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