Apesar dos diversos dados que são apresentados diariamente sobre os malefícios do cigarro e do número de mortes por doenças ligadas ao tabagismo – segundo levantamento do Ministério da Saúde, 23 pessoas morrem por hora em decorrência de doenças que provém do tabaco –, muitos insistem ou tentam abandoná-lo, sem sucesso. Nestes casos, o que devem fazer os “fumantes assumidos” para acompanhar a sua saúde, já que não querem ou não conseguem se livrar do vício?
De acordo com a Dra. Marly Uellendahl, cardiologista do Lavoisier Medicina Diagnóstica, “todo fumante, deveria procurar um clínico geral, cardiologista ou pneumologista para estabelecer uma estratégia no sentido de deixar de fumar, inclusive buscar grupos de apoio e terapia com psiquiatras e psicólogos, uma vez que o tabagismo, além da dependência química, causa também uma dependência psíquica. Enquanto não consegue abandonar o uso do tabaco, o fumante não pode esquecer de monitorizar sua saúde e realizar um check-up anual”, complementa.
Nesses casos, os exames solicitados incluem raios-X e avaliação da função pulmonar, hemograma completo, e um check-up cardiológico, englobando dosagens de colesterol e teste ergométrico. A critério clínico poderá ser necessária a realização de exames mais complexos como marcadores sanguíneos que podem detectar precocemente a presença de tumor de pulmão e até uma tomografia de tórax.
“Estes exames são úteis para aqueles que não querem ou não conseguem abandonar o tabaco acompanharem o seu estado de saúde. Infelizmente muitos fumantes só abandonam o cigarro diante de situações que a comprometem”, comenta Dra. Marly.
O recomendado é que ao perceber sintomas como tosse persistente, dor torácica e/ou falta de ar ao realizar esforços, o fumante procure auxílio médico imediatamente. As doenças mais comuns que acometem esse grupo são DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), que pode se manifestar como bronquite crônica ou enfisema pulmonar, câncer de pulmão, câncer de boca e laringe, infarto agudo do miocárdio e insuficiência vascular periférica.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que 1,2 bilhão da população mundial adulta seja fumante. No Brasil, a pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico 2011 (Vigitel), realizada pelo Ministério da Saúde, indica que 14,8% da população é fumante, sendo que 18% são homens e 12% mulheres.
Saiba mais
– A fumaça do cigarro possui 4.720 substâncias químicas nocivas e pelo menos 60 delas são reconhecidamente cancerígenas, além de irritantes e tóxicas ao pulmão;
– As crianças que convivem com fumantes têm incidência maior de doenças alérgicas e respiratórias, como a asma, pneumonia, sinusite e alergia;
– Fumar causa doença vascular que pode levar à amputação de dedos e pernas;
– Ao fumar você inala arsênico e naftalina, também usados como veneno de ratos e baratas;
– Fumar causa câncer de laringe, câncer de pulmão, câncer de boca, entre outros;
-Em gestantes, o ato de fumar pode resultar em partos prematuros, aborto espontâneo e o nascimento de crianças com anomalias e de baixo peso;
– O uso de tabaco obstrui as artérias, dificulta a circulação do sangue, leva ao enfisema pulmonar, à perda dos dentes e causa morte por doenças do coração.