Já houve um tempo em que as empresas alegavam com orgulho serem 100% Nacionais. Contudo, com o fortalecimento do mercado de capitais e o interesse de muitos grupos estrangeiros investirem no Brasil, uma empresa que permaneça 100% nacional pode passar a ter grandes dificuldades para financiar um agressivo processo de de expansão.

O Laboratório Aché, que produz tanto medicamentos de marca como genéricos através da marca Biosintética, parece ter encontrado um desafio por ser uma empresa 100% nacional e na mão dos três sócios fundadores desde o seu início. Ou seja, num mercado ultracompetitivo, em que players como a Hypermarcas não hesitam ao fazer aquisições, o Aché tem ficado para trás na luta por se tornar um dos grandes do setor. No início do ano, havíamos anunciado a intenção do laboratório de abrir o capital em 2011, contudo com os reveses no mercado financeiro internacional, estes planos foram adiados indefinidamente.

Esta semana num evento da Endeavor, o fundador da empresa de Jogos Eletrônicos nTime, enfatizou que uma empresa que quer crescer agressivamente, dificilmente conseguirá fazê-lo somente com crescimento orgânico, ou seja será necessário abrir mão de capital e muitas vezes até do controle da empresa, a fim de continuar crescendo. Contudo, se você quiser ser apenas um player de nicho com um negócio pequeno ou médio sem pretensões de um crescimento agressivo, então você poderá permanecer com 100% de seu capital!

Atenciosamente,

Fernando Cembranelli

Equipe EmpreenderSaúde

Quem é o Laboratório Aché?

O Aché Laboratórios Farmacêuticos S.A. é uma empresa de capital 100% nacional. Ao longo de sua trajetória de mais de quatro décadas, o Aché vem se consolidando como uma empresa dinâmica ao estabelecer parcerias comerciais estratégicas, dentro e fora do País, e pelo contínuo desenvolvimento de produtos e serviços, de modo a atender às necessidades dos profissionais de saúde e dos consumidores, proporcionando saúde e bem-estar à população.

Com mais de 3000 colaboradores possui duas plantas industriais. A maior delas, localizada no município de Guarulhos, na Grande São Paulo, também abriga sua sede administrativa. A segunda está instalada na Avenida Nações Unidas, região sul da capital paulista, além de uma das maiores forças de vendas do setor farmacêutico do País –, o Aché obteve, no balanço do ano, um resultado econômico expressivo, contabilizando Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 292 milhões.

O Aché dispõe de um amplo e diversificado portfólio de medicamentos sob prescrição e isentos de prescrição (MIP), além de crescente número de moléculas de produtos genéricos, fabricados sob a marca Biosintética. Atualmente, são comercializadas mais de 250 marcas, em aproximadamente 600 apresentações, nas seguintes classes terapêuticas: sistema cardiovascular, aparelho respiratório, sistema musculoesquelético, sistema nervoso, entre outras.

Fonte: Aché

Linha do Tempo Aché:

Vídeo Institucional Aché:

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Fracassa plano do Aché de se unir com a inglesa Glaxo para crescer

SÃO PAULO – O laboratório Aché passa por um período de “inferno astral”, o que poderá comprometer o projeto de expansão da companhia. Depois de deixar escapar a Mantecorp para a Hypermarcas no fim do ano passado, as negociações para a formação de uma joint venture entre a farmacêutica nacional e a inglesa GlaxoSmithKline (GSK), que estavam bem adiantadas, também naufragaram, segundo fontes familiarizadas com essa operação.

Considerada estratégica para as duas empresas, essa parceria daria maior robustez ao laboratório nacional, que está há alguns meses à procura de um investidor de peso para expandir seus negócios no país. A multinacional, que também tinha feito proposta para levar a Mantecorp, pretende ampliar sua atuação no Brasil, sobretudo na área de medicamentos de prescrição médica, segmento no qual o Aché tem uma participação relevante.

Ao Valor, o presidente da GSK no Brasil, Cesar Rengifo, disse que a farmacêutica mantém forte interesse no Brasil, mas não comentou a operação com o laboratório nacional. Procurado, o Aché disse que não iria comentar o assunto.

“Os planos da Glaxo no Brasil são bem maiores. Não interessa à multinacional ter uma participação minoritária em uma empresa. As negociações devem ter esbarrado nesse quesito”, afirmou uma fonte do setor. O Aché também tem interesse em avançar em medicamentos genéricos, segmento que não está nos planos de crescimento da GSK no país.

Com uma estratégia de expansão bem definida dentro e fora do país, o Aché também estava se preparando para ir à Bolsa. Os executivos da farmacêutica chegaram a fazer no início deste ano apresentações a investidores, com planos de negociar entre 20% e 25% das ações da companhia. Mas, um novo revés, desta vez pelas condições desfavoráveis do mercado de capitais, levou a farmacêutica a abortar essa decisão temporariamente, segundo uma fonte familiarizada com a operação.

Considerado um ativo atraente para as multinacionais, o Aché não tem interesse em se desfazer do seu controle. A farmacêutica pertence às famílias Dellape Baptista, Siaulys e Depieri, que fizeram uma reorganização societária, com a criação de três Fundos de Investimento em Participações (FIP) – um para cada uma das famílias que compartilham o controle da companhia.

Com faturamento líquido de cerca de R$ 1,5 bilhão em 2010, a farmacêutica engrossou nos últimos anos o movimento de consolidação do setor. Em 2003, o laboratório incorporou a alemã Asta Médica do Brasil. Mas foi em 2005 que o grupo deu seu maior salto, com a compra da Biosintética Farmacêutica, que possibilitou à companhia entrar no segmento de genéricos – hoje os produtos são vendidos sob a marca comercial Genéricos Biosintética. No ano passado, a empresa adquiriu 50% da Melcon, de Anápolis (GO).

Fundada em 1966, a farmacêutica conta com dois complexos industriais, um em Guarulhos (Grande São Paulo) e outro na capital paulista, no bairro Jurubatuba. O portfólio da empresa conta com 250 marcas em cerca de 600 apresentações de medicamentos sob prescrição, genéricos e isentos de prescrição. A empresa, terceira maior nacional em receita, ainda é pequena em genéricos.

Fonte: 29/07/2011, Mônica Scaramuzzo, Valor Econômico

Sem Mantecorp, Aché prepara-se para abrir o capital

 Depois de deixar escapar a Mantecorp para a Hypermarcas no fim do ano passado, o laboratório Aché, um dos maiores do Brasil, prepara-se para abrir capital. Os acionistas da farmacêutica nacional, as famílias Dellape Baptista, Siaulys e Depieri, deram o aval e estão escolhendo os bancos que deverão assessorar esse processo, afirmou ao Valor José Ricardo Mendes da Silva, presidente da empresa. “A companhia está pronta [para ir à bolsa]”, disse.

 Com faturamento bruto de cerca de R$ 2,3 bilhões em 2010, o Aché é considerado uma companhia atraente para o mercado, segundo uma pessoa ligada a um banco. “Acreditamos no grande potencial de captação do Aché”, disse.

No processo de abertura de capital, o percentual de ações negociadas no mercado da companhia deverá ficar entre 20% e 25%, segundo o executivo.

Com a captação na bolsa, a empresa pretende promover sua expansão dentro e fora do Brasil, por meio de aquisições, investir em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e fazer aportes em “ativos que complementem as competências da companhia”.

A estratégia da farmacêutica era ganhar maior robustez com a compra da Mantecorp antes de ir à bolsa. No entanto, a companhia foi atropelada pela Hypermarcas, até então única farmacêutica nacional com papéis negociados no mercado, que acabou adquirindo o laboratório no fim do ano passado.

Mendes da Silva afirma que a companhia não desistiu de fazer aquisições no curto e médio prazos, mas assume que não há outros ativos tão atraentes como a Mantecorp disponíveis no momento. Segundo o executivo, a data exata para ir à bolsa vai depender da evolução do mercado. A empresa, no entanto, está acelerando o processo.

Fontes do setor afirmaram que o Aché se tornou alvo de aquisição, depois que o negócio com a Mantecorp não foi levado adiante. “Há várias multinacionais interessadas na companhia”, afirmou um executivo de uma farmacêutica estrangeira. Mas a forte valorização dos ativos do setor no país, hoje cotados de 20 a 22 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, coloca o Aché entre um dos mais caros do país, com passe estimado entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões.

Fundado em 1966, o Aché conta com dois complexos industriais, um em sua sede em Guarulhos (Grande São Paulo) e outro na capital paulista, no bairro Jurubatuba. A empresa deverá investir este ano cerca de R$ 130 milhões para concluir os aportes em sua nova unidade em Guarulhos, na Grande São Paulo, e também lançar novos medicamentos.

A farmacêutica tem planos agressivos para medicamentos genéricos para este ano. Esse segmento responde por 20% da receita da companhia. O portfólio da empresa elenca 250 marcas em cerca de 600 apresentações de medicamentos sob prescrição, genéricos e MIP (isentos de prescrição).

Nos últimos anos, a empresa engrossou o movimento de consolidação no setor. Em 2003, o laboratório incorporou a farmacêutica alemã Asta Médica do Brasil. Dois anos depois, deu um importante passo com a compra da Biosintética Farmacêutica, que possibilitou à companhia entrar no segmento de genéricos – hoje os produtos são vendidos sob a marca comercial Genéricos Biosintética.

Em 2008, a empresa firmou parceria com a americana RFI Ingredients, marcando a entrada do grupo no mercado americano e canadense com a comercialização do creme anti-inflamatório Acheflan.

No ano passado, a companhia comprou 50% da Melcon, de Goiás. O Aché exporta seus produtos para 12 países.

Fonte: Mônica Scaramuzzo, Valor Econômico, 17/03/2011

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