“Para desenvolvimento de um medicamento bem-sucedido é preciso mais de 15 anos de pesquisa e cerca de US$ 1,3 bilhão em investimentos.” Essa é conclusão do presidente do laboratório Abbott, Gaetano Crupi, ao citar que os preços estabelecidos para medicamentos lançados não estão sendo feitos para que se pague investimento passado, mas, sim, para financiar a pesquisa do futuro – considerada cada vez mais custosa por causa do avanço da tecnologia e pelas expectativas dos seres humanos.Crupi explica que além de chegarem ao mercado depois de 13 anos de estudo, somente dois de 10 medicamentos comercializados geram ganhos que empatam ou ultrapassam o investimento feito em pesquisa e desenvolvimento. “Isso é um fato que a indústria enfrenta ao chegar ao mercado”, conta.Atualmente, o laboratório Abbott tem três mil medicamentos em desenvolvimento e, segundo o executivo, é interessante a avaliação do aumento do orçamento quando observa-se ele agregado. “Por exemplo, se olharmos para os gastos em medicamentos para pacientes HIV positivo, esse gasto aumentou demais. O comparativo era a morte, a cesta de orçamento aumenta por isso.”A política atual sobre propriedade intelectual e o sistema de patente são vitais para a descoberta de medicamentos e sem patentes a indústria global não teria capacidade para fazer grandes investimentos, segundo Crupi. “Diferente dos diamantes não acreditamos que as patentes são para sempre”, ironiza.Para o executivo, investir centenas de dólares na busca de um determinado resultado a longo prazo somente tem sentido se as empresas puderem prever um retorno desses projetos, que resultem em produtos que as pessoas precisam.