É com muito prazer e honra que inicio a minha pequena participação como um dos novos colunistas do Empreender Saúde.

Após procurar pautas pouco exploradas e que instigasse os leitores, decidi focar os meus posts não somente aos assuntos gerais relacionados ao empreendedorismo, mas abordar principalmente questões ligadas à Economia da Saúde.

Esta decisão é justificada primeiramente pela minha formação como economista. Toda via, a forma como o mundo tem presenciado aumentos acelerados nos gastos com assistência a saúde nas últimas décadas é que desperta o meu interesse em desvendar os mistérios do setor. Hoje, a saúde domina o cenário econômico e político de muitos países em razão da dimensão da sua contribuição para a formação do produto interno bruto (PIB) dos países. Dentro deste contexto, já não é mais surpresa ver a economia da saúde como uma área especializada dentro da ciência econômica.

Analisando os dados dos EUA, em 1960, US$1 a cada US$20 gastos em bens e serviços finais na economia deste país era destinado para o setor de saúde. Em 1980, a parcela do PIB dedicada à saúde era US$1 a cada US$11, em 2003 US$1 a cada US$7, e hoje quase US$1 a cada US$6! Conforme pode ser observado na tabela ao lado, tais evoluções são muito semelhantes em outros países, e portanto podemos considerar este crescimento como uma tendência global já consolidada.

Dentre as razões que podem justificar tais aumentos, destacam-se:

1. As pessoas podem estar comprando mais serviços de saúde;

2. As pessoas podem estar comprando serviços de saúde de melhor qualidade;

3. A inflação no setor de saúde pode ser maior do que o índice geral de inflação.

Indepententemente das razões, a saúde desperta interesse de muitos e é certa as contribuições da economia para a setor. Assuntos como alocações eficiêntes dos recursos escassos, capital saúde, informação assimétrica, prática médica, regulamentações, a proeminência do seguro, o papel das empresas sem fins lucrativos, os subsídios do governo e a provisão pública fazem parte de uma ampla e moderna literatura relacionada ao assunto, que pretendo apresentar aos leitores durante os meus futuros posts.

Fonte: OCDE, Outubro de 2010.

José Teruo Watari é Gerente de Planejamento & Controle do Grupo Nefrocare (Endeavor), a maior rede de clínicas de diálise independente do país. Ele é formado em Economia e Finanças pela Escola de Pós Graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas (EPGE-FGV).