O Instituto Lado a Lado pela Vida, em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), promove, pelo segundo ano, a campanha Segura Aí, com informações de prevenção e tratamento da incontinência urinária. A iniciativa pretende conscientizar sobre a doença, que atinge cerca de 5% da população. Estima-se que de 15% a 30% das pessoas acima de 60 anos apresentem algum grau de incontinência. As mulheres têm duas vezes mais chances que os homens.
A incontinência pode ter vários fatores, como a genética, obesidade, diabetes, fraqueza de músculos da região pélvica, bexiga hiperativa, a cirurgia de remoção da próstata, o envelhecimento. “No ano passado, a 1ª Campanha de Conscientização sobre Incontinência Urinária realizou ações presenciais em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba. Atingimos mais de 28 mil pessoas com as informações dos mitos e verdades sobre a doença”, afirma a presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira.
A SBU alerta que a incontinência urinária tem tratamento e que, desde janeiro, por determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de saúde passaram a cobrir os custos de procedimentos importantes para o tratamento, como o esfíncter artificial (para incontinência após cirurgia de próstata) e a neuromodulação sacral (semelhante a um “marcapasso”, utilizado por implantação na medula para controle da bexiga hiperativa).
Entre as novidades para o tratamento da doença está a cirurgia para implante de slings e mini-slings, fita de material sintético colocada abaixo da uretra para sua sustentação. As cirurgias são ambulatoriais e há melhora em até 80 a 90% dos casos. Dependendo da causa, o urologista pode prescrever ainda exercícios para o assoalho pélvico e medicamentos.
“O indivíduo portador de incontinência urinária tem um sofrimento solitário e desconhecido. O fato de a perda de urina poder ser percebida pelos outros provoca um sentimento de vergonha que leva a pessoa a se excluir. A exclusão social passa a ser maior quando a pessoa começa a evitar ambientes públicos onde possa ser difícil encontrar um banheiro. Toda essa situação pode provocar até mesmo depressão, porque muitas vezes as pessoas acreditam que a incontinência urinária não tem solução. Essa crença, assim como a exclusão social, dificulta o acesso a tratamentos modernos”, afirma o urologista Carlos Bezerra, membro da SBU e integrante do board do Instituto Lado a Lado pela Vida.
A incontinência urinária pode ser prevenida com exercícios para o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico. O exercício consiste na contração do assoalho pélvico por 10 segundos e o relaxamento por 10 segundos. O movimento deve ser repetido 10 vezes por, pelo menos, três vezes ao dia. Estes músculos são importantes para o controle da micção.
Além dos exercícios, hábitos saudáveis ajudam na prevenção, tais como: evitar o sedentarismo e a obesidade; controlar o ganho de peso nas gestações; tratar a constipação (prisão de ventre); não fumar para diminuir a tosse e a irritação da bexiga.