Em solenidade realizada na noite desta terça-feira (30) o governo do Rio de Janeiro inaugurou o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC), cujas cirurgias começam no próximo dia 1º de agosto. Sob comando do neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho, a unidade atenderá pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e é voltada unicamente para o tratamento de doenças do cérebro.

O projeto integral do IEC recebeu quase R$ 80 milhões de investimento em obras e equipamentos, feitos pelo governo do estado. O complexo integra o IEC e o Hospital Estadual Anchieta, no Caju, e conta com 44 leitos de UTI e outros 56 de retaguarda (enfermaria) na primeira fase. Serão construídos ainda outros 100 novos leitos na segunda fase.

A nova unidade do Estado se dedica exclusivamente a casos cirúrgicos e terá técnicas inéditas na rede pública, incluindo a sala híbrida, que possibilita a realização de exame de ressonância magnética durante a cirurgia, com o paciente ainda na mesa de operação. Há também o primeiro Centro de Epilepsia do estado e UTI exclusiva do protocolo do AVC isquêmico. A previsão é realizar de 8 a 10 cirurgias por dia.

?Nossa meta é [chegar a] 10 cirurgias por dia e 200 por mês, assim que estivermos em pleno funcionamento?, diz Niemeyer Filho.

Ambulatório

Desde 24 de junho, mais de 180 pacientes foram atendidos no ambulatório da unidade e preparados para as cirurgias que começam no dia 1º de agosto. A unidade vai concentrar o tratamento de doenças do sistema nervoso central e periférico, como tumores e doenças vasculares e degenerativas.

Serão quatro centros cirúrgicos, dos quais dois terão capacidade de realizar cirurgias neuronavegacionais, operação menos invasiva feita por computador, e espaço de fisioterapia que reproduz uma residência para a readaptação dos pacientes após AVCs.

O tratamento do Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico vai contar com um protocolo de atendimento especial. O protocolo segue a experiência no atendimento à dor torácica, implementado nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em agosto de 2008, e que reduziu em 50% o número de óbitos por infarto no estado com o uso de trombolítico.

O AVC representa cerca de um terço das mortes por doenças vasculares no Brasil, especialmente nas camadas sociais mais pobres da população e entre os mais idosos. São 16 milhões de vítimas por ano no mundo, sendo 6 milhões fatais.