Responsável por mais de 80% de soros e vacinas para uso profilático e curativo produzidos no Brasil, o Instituto Butantan, unidade as Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, está conduzindo um estudo inédito sobre a regeneração de tecido humano a partir de proteínas encontradas em lepdopteras, popularmente conhecidas como lagartas.
O estudo, produzido por um grupo de cientistas do Laboratório de Bioquímica e Biofísica da entidade, pode ser uma alternativa para o tratamento de uma série de doenças degenerativas, autoimunes e até mesmo usada no tratamento de queimados e pessoas com problemas respiratórios como asma.
Nos primeiros seis anos de pesquisa, a equipe estudou a ação da proteína Lopap, encontrada nas cerdas da lagarta Lonomia. Essa substância contém um elemento com propriedades cicatrizantes, que estimula a liberação de moléculas responsáveis pela regeneração de alguns tecidos do corpo humano.
Após a identificação da molécula, os pesquisadores passaram para a fase de testes em animais portadores de asma e úlceras diabéticas, com o objetivo de verificar como era a reação da proteína em relação à regeneração de tecidos. Os primeiros resultados mostraram a eficiência do medicamento na cicatrização do local lesionado. O medicamento em teste também se mostrou mais eficiente do que as moléculas já existentes no mercado farmacêutico.
Ainda com um longo caminho pela frente, a pesquisa passará para a fase de testes em seres humanos para checar a eficácia da nova droga no organismo.