O Instituto Butantan está anunciando o desenvolvimento de soros em pó contra serpentes dos gêneros Bothrops (jararaca e jararacuçu), Crotálus (cascavel), Lachesis (surucucu) e Micrurus (coral). Para ser utilizado, basta diluí-lo em água esterilizada, do tipo WFI. “O produto pode ser conservado em temperatura ambiente e tem validade de cinco anos, dois a mais do que o soro líquido convencional”, afirma Hisako Gongo Higashi, diretora da divisão de desednvolvimento tecnológico e produção do Instituto Butantan. De acordo com a especialista, o soro em pó será uma alternativa para pessoas que vivem em regiões longínquas e com menos estrutura, pois dispensa refrigeração. “O soro líquido deve ser conservado em temperaturas que variam de 2ºC a 8ºC”, explica.
O novo soro está sendo testado pelas Forças Armadas desde 2001 para verificar sua estabilidade em campo. “O Exército está percorrendo o País inteiro e, assim, pode verificar se o soro mantém suas propriedades mesmo submetido a mudanças de temperatura”, observa. Após o término dos testes, o que deve ocorrer até o final do ano, o produto será encaminhado para análise na Anvisa.
A diretora conta que os soros produzido pelo instituto são destinados ao Ministério da Saúde, o qual o envia para as secretarias de cada Estado. Estas devem remeter o produto para postos de saúde, santa casas e hospitais. “Em São Paulo há 432 postos estratégicos que recebem esses imunobiológicos”, aponta.
Caso haja excedente de produção, o instituto tem autorização para comercializar os soros para outras entidades. Nesse caso, os interessados devem realizar a compra direta no Butantan.