A Associação Brasileira de Empresas Certificadas em Saúde (Abec Saúde), que congrega 109 empresas do setor de equipamentos e produtos para a saúde, condenou o anúncio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que retira a obrigatoriedade do Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF) para algumas empresas brasileiras e internacionais fabricantes de produtos e equipamentos da área da saúde. A própria agência passará a decidir que empresas precisão apresentar o documento, com base no risco específico de cada produto.
O decreto presidencial determina que a partir da próxima quinta-feira (22) ficará a cargo da Anvisa definir quais equipamentos e produtos médicos precisarão apresentar o CBPF. Até a publicação, a apresentação era obrigatória. A ABEC Saúde diz que está analisando possibilidades jurídicas para ?combater o enfraquecimento da certificação?.
Evaristo Araujo, diretor administrativo da Abec Saúde, diz que a exigência de CBPF sempre foi um instrumento de segurança sanitária, e que ele garante a qualidade dos produtos. Assim, abrir mão da obrigatoriedade é ?extremamente temeroso?, disse.
Para Araujo, a Anvisa não tem capacidade operacional, técnica e de pessoal para fiscalizar todos os fabricantes, distribuidores, armazenadores, hospitais e clínicas para que cumpram as boas práticas de fabricação e controle de produtos. O diretor acha que a medida põe em risco pacientes e profissionais de saúde, que ficarão sujeitos a produtos e equipamentos não inspecionados.
Outro fator preocupante, diz Araujo, é o ?flagrante prejuízo? para a indústria nacional, que estaria sujeita a uma competição desigual com fabricantes principalmente asiáticos.
Indústria médica condena mudanças em certificado de fabricação
Anvisa vai restringir necessidade de Certificado de Boas Práticas de Fabricação. Para Abec Saúde, medida aumenta risco para pacientes e profissionais, além de prejudicar indústria nacional
Tags