Em declaração à imprensa, em um encontro mundial de grandes laboratórios, em Genebra, o presidente da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), Antônio Britto, disse que o governo precisa implantar medidas de incentivo para o setor da saúde, para melhorar a capacidade de produção industrial nacional. As informações são do jornal Valor Econômico.
Na opinião do executivo, para que isso seja colocado em prática, é necessário que haja redução de impostos. Isso porque, no Brasil o remédio paga mais taxa do que outros produtos. Somente de ICMS é de 17%, com exceção do Paraná e Minas, com 12 %.
Para Britto, isso passa pela redução de impostos. Exemplificou que no Brasil o remédio paga mais taxa do que boneco de pelúcia, biquíni e produto veterinário. Somente o ICMS é de 17%, com exceção de Paraná e Minas, com 12%.
Dados do Ministério da Saúde mostram que o consumo de genéricos no Brasil deve crescer 20% este ano. Como 93% dos insumos vêm da Índia e China, o déficit comercial na saúde tende a pular para US$ 12 bilhões, 20% a mais do que no ano passado. O governo não conseguirá atingir a meta que estipulou de reduzi-lo a US$ 4,4 bilhões em 2013
Na Espanha, o Estado compra 74% dos remédios, enquanto no Brasil é o contrário, com o mesmo percentual sendo pago do bolso diretamente do contribuinte, disse Britto. Só que nesse caso são remédios mais baratos.
De acordo com a reportagem, Brito ressaltou que a população melhora de renda e novas doenças aparecem, que exigem medicamentos mais caros e que vão depender do governo. Depois que o governo aumentou de 90% para 100% o pagamento de remédios para três doenças – diabete, hipertensão e asma – pelo programa “Saúde não tem preço”, o número de beneficiados passou de 1 milhão para 3,5 milhões em oito mês e a despesa cresceu de R$ 470 milhões para R$ 1,2 bilhão em um ano. E isso em longo prazo não será sustentável.
Ainda segundo o Valor, o presidente da Novartis no Brasil, Alexander Triebnigg, acredita que a solução é investir em inovação. Além disso, o executivo acredita na parceria direta entre laboratórios nacionais privados com multinacionais. Atualmente, a transferência de tecnologia tem que ser feita com laboratórios do governo, que são poucos e pequenos, segundo ele.
O executivo defendeu também estímulos para parcerias entre universidades e multinacionais. Ele disse que a Novartis decidiu instalar no Brasil sua primeira fábrica de biotecnologia na América Latina, em Jaboatão (PE), num investimento de US$ 500 milhões, por entender que esse é o futuro. E que o país tem a melhor lei de propriedade intelectual entre os Brics, o império da lei, política econômica responsável. Mas reiterou que está na hora de o governo fazer mais para estimular de verdade a inovação e reduzir a dependência externa. Para este ano, a estimativa é de déficit comercial de US$ 7 bilhões com remédios e de US$ 5 bilhões na aquisição de equipamentos.
Com informações Valor Econômico
“Indústria farmacêutica precisa de incentivos do governo”
Para melhorar a capacidade de produção industrial nacional, é necessário que haja redução de impostos, segundo o presidente da Interfarma, Antônio Britto
Tags