Referência em cardiologia e pneumologia, o Instituto do Coração (Incor), que compõe o complexo do Hospital da Clínicas (HC), em São Paulo, enfrenta desafios diários por administrar interesses distintos: pesquisa, ensino e atendimento hospitalar com recursos provenientes de três diferentes fontes, como a Fundação Zerbini, o Sistema Único de Saúde (SUS) e a receita originária do Governo do Estado de São Paulo, recebida via HC. Como em uma nação de diferentes interesses, é preciso poder de negociação, ampliar instalações e pleitear um a um os recursos de novos projetos. Esta gestão global é o grande destaque da administração do Incor na categoria público.
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Apesar do caráter público e universitário, o Incor também atende pacientes particulares e conveniados vindos via Fundação Zerbini, acumulando 20% do total dos atendimentos. Desta fonte, em 2010, o repasse de particulares ficou em R$84 milhões, enquanto do SUS, vieram aproximadamente R$ 99, 6 milhões, já a verba vinda pelo Estado, via HC, foi de cerca R$ 171 milhões. Para 2011, o repasse do SUS deve atingir R$ 102 milhões, já as fontes privadas ficarão em R$ 88,5 milhões. “O acréscimo SUS deve-se ao aumento dos exames de imunologia, pelo aumento de doadores, com previsão de 12%, e pela remuneração de transplante de pulmão bilateral, que antes não era ressarcido. Já o do convênio é devido ao reajuste da tabela”, explica o diretor do Incor, Edison Tayar.
O quadro de colaboradores do Incor também é composto de diferentes formas. Contratados pelo Hospital das Clínicas estão 9% da força de trabalho, funcionários em regime CLT via Fundação Zerbini, 24%. Funcionários públicos com complementação da Fundação, 67%. Estes últimos, cumprem determinada carga horário pelo governo e o restante de horas pela Fundação e recebe um salário de cada. No caso daqueles contratados apenas pela Fundação, às vezes são determinados profissionais que não é possível contratar por concurso devido ao tempo demandado e a atualização constante das especialidades. Tayar cita como exemplo um profissional na área de pesquisa, quando a contratação deve ser eminente.
Expansão
Com todos os interesses e planos na mão, resta fechar a conta e aprovar cada investimento da entidade. Há uma lista de prioridades e a previsão do orçamento, mas faltam os recursos e estes deverão ser negociados um a um. Para 2011, entre os projetos está a construção de um novo bloco com 5 mil metros quadrados destinado à emergência, hemodinâmica, central de materiais esterilizados, endoscopia e broncoscopia. O novo espaço está orçado em R$ 31 milhões e conterá 24 leitos e 11 boxes de internação. Além disso, há projeto de uma sala híbrida no centro cirúrgico englobando os aparelhos de hemodinâmica, a reforma de três salas de raio x e a ampliação o serviço de nutrição e dietética
“O maior desafio é modelo hibrido do Incor, não só em relação a fontes de financiamento e aos estilos de gestão próprios dessas fontes, que é o misto de publico e privado. Mas também a própria vocação da instituição, voltada para assistência, ensino e pesquisa, então convivem três objetivos organizacionais que de certa forma concorrem com os recursos”, analisa.
Telemedicina
Neste ano, o Incor em parceria com a Faculdade de Medicina da USP / Núcleo São Paulo de Telessaúde Brasil do Ministério da Saúde e Rede Universitária de Telemedicina do Ministério da Ciência e Tecnologia (Rute), começou com projetos de aulas, cursos e laudos por videoconferência. Dentre eles, está o projeto realizado com a zona oeste da cidade de São Paulo, com serviço de laudo à distância. “Se eu faço um eletro em um centro de saúde, pronto-socorro ou hospital que está dentro da zona oeste esse exame pode ser transmitido para o Incor e o instituto ou discute-se via internet ou se emite o laudo do exame com o médico”.
Há também projetos destinados à população. O “Curso de nutrição para leigos”, por exemplo, teve a participação de 1540 pessoas. “Como os problemas cardíacos e vasculares estão relacionados à nutrição, esse é um programa que temos para a educação dos hábitos alimentares das pessoas, para evitar problemas cardíacos e hipertensão. Já tínhamos de forma presencial e agora também fazemos via internet, o que proporciona o acesso a um número maior de pessoas”. Em 2011, o projeto receberá investimentos em equipamentos de R$ 250 mil advindo do Fundo Nacional de Saúde do Ministério de Saúde, e R$ 120 mil com verba do projeto Rute.
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