Em Campinas (SP), protótipos de órgãos criados a partir de imagens de tomografia computadorizada e produzidos em impressoras 3D são usados para auxiliar no planejamento de cirurgias complexas, implantes e localização de tumores. A tecnologia está sendo usada pelo ortopedista José Carlos Barbi, em parceria com o Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer.
Segundo Barbi, imagens de tomografia são usadas como base para a impressora, que pode moldar aos poucos partes do corpo do paciente que precisam de uma análise mais detalhada do médico antes da cirurgia. O ortopedista usa os protótipos para a recuperação óssea de anomalias provocadas por tumores e acidentes, mas vê com otimismo a possibilidade de criar órgãos para transplantes.
Barbi se orgulha dos protótipos impressos, a maioria formada por pés, tornozelos, pernas e colunas de pacientes que, por motivos diversos, foram orientados a fazer uma tomografia em 3D. Os dados são encaminhados para os pesquisadores do CTI, que preparam um molde e o encaminham para a impressora, que montam o objeto por camadas.
Depois de construído, o objeto é encaminhado para o médico em tamanho real. Segundo ele, impressiona a precisão dos detalhes na impressão da tomografia, tornando a análise do molde comparável ao toque do paciente.
Estudo
Cientistas da Universidade Heriot-Watt, em Edimburgo, Escócio, anunciaram ter conseguido imprimir objetos tridimensionais usando células-tronco embrionárias. Segundo os pesquisadores, quando ajustada, a tecnologia poderá permitir a criação de tecidos humanos tridimensionais em laboratório, eliminando a necessidade de doação de órgãos para transplantes ou o uso de animais em testes para medicamentos.
Segundo a pesquisa, as células-tronco embrionárias humanas podem se replicar indefinidamente e dar origem a qualquer tipo de célula do corpo humano. Elas são apontadas como fontes de tecidos substitutos, reparando quase tudo, de corações a pulmões defeituosos a lesões na espinha, entre outros.
O estudo foi publicado no periódico Biofabrication, do Instituto de Física da Grã-Bretanha. O maior desafio para os avanços da pesquisa é imprimir um órgão inteiro com a estrutura vascular ali dentro para alimentar, permitindo aos tecidos sobreviver no longo prazo. Por ter estrutura biológica mais simples, o órgão mais próximo de ganhar um protótipo é o fígado.