A implantação de planejamentos estratégicos empresariais tem diversas aplicabilidades práticas na obtenção de resultados tangíveis e na condução de direcionamentos que permitam às instituições traçar planos de ação em busca de seus objetivos de longo prazo.

  Entretanto, se parte deste processo se refere a seguir rigorosamente roteiros propostos, não seria possível pensar nas organizações sem considerá-las seres vivos que agem mediante determinadas regras e valores considerados verdadeiros, aceitáveis e esperados, mesmo quando não impostos em procedimentos ou manuais.

  As empresas modernas, no momento da construção de seus planejamentos estratégicos se veem obrigadas a formatar diretrizes organizacionais que definam de forma clara para o ambiente interno e externo o que elas são, por que existem, o que elas serão e quais condutas  pretendem adotar durante este percurso.

  No âmbito externo, fica clara a importância do estabelecimento de diretrizes organizacionais como forma de relacionamento com seus clientes e com a sociedade em geral, no intuito, de complementar os produtos oferecidos com valores agregados que extrapolem a simples experiência de uso.

  Lima et al.[1] referem-se à projeção de marca de um produto ou empresa como uma promessa feita aos clientes que, no momento da tomada de decisão de compra, esperam encontrar um conjunto de atributos além de sua tangibilidade.

  Assim como na gestão de marcas, fica difícil desassociar a declaração de missão, visão e valor das instituições de um compromisso (ou uma promessa) que está sendo firmado entre as empresas e os agentes com os quais se relacionam. E, aqui, este acordo não se limita à compra de um produto ou preferência por uma determinada empresa, mas sim a um conjunto de leis que as organizações, espontaneamente, divulgam ao mercado como sendo seu credo em todas as ações realizadas, mesmo quando não perceptíveis diretamente por seu público.

  Mas, além da relevância para o mercado externo, as diretrizes organizacionais têm um papel fundamental no desenvolvimento de uma relação confiável e produtiva entre empresas e seus profissionais. Mais do que determinar os objetivos estratégicos para seus empregados, ao adotar determinadas diretrizes, as empresas definem um sentido para o trabalho de ambos.

  A moderna gestão empresarial exige que as metas da organização e de seus empregados não sejam tratadas em separado, posto que o sucesso na conquista das objetivos estipulados depende primordialmente do compartilhamento de interesses comuns entre as partes.



[1] LIMA,Miguel FerreIra.  et al. Gestão de Marketing,  Rio de Janeiro, FGV,2007,p.59.