Da imprensa, poucos relataram que a Boston Scientific se juntou ao Optum Labs como sócia fundadora de dispositivos médicos. E mesmo se tivessem, teriam perdido o motivo da parceria completamente.
Sim, a Boston Scientific se tornou a primeira empresa de dispositivos médicos a juntar forças com o Optum Labs, que é um grupo de pesquisas e inovações da área de cuidados na saúde da United Health. O Optum Labs foi co-fundado pela Mayo Clinic e pela Optum, a unidade de serviços e TI da United Health. No final do ano passado, a AARP se juntou a eles como Founding Consumer Advocate Organization. Outras companhias e organizações também uniram forças, incluindo a Pfizer, Tufts Medical Center, Universidade de Minnesota, Rennselaer Polytechnic Institute, entre outras.
Mas o que esse anúncio sublinha é como companhias de dispositivos médicos estão finalmente abraçando dados e pesquisas para descobrir quais terapias funcionam. E, ainda mais importante, como reduzir custos de cuidados com a saúde, algo que os criadores de dispositivos altamente ignoraram no passado.
A ênfase da Boston Scientific irá, não surpreendentemente, ser na insuficiência cardíaca, sendo a condição que leva às admissões frequentes nos hospitais. A colaboração entre a Boston Scientific e o Optum Labs mira no desenvolvimento de um ”corpo de pesquisa que aborda as complexidades, necessidades não satisfeitas e desafios, olhando para pacientes com insuficiência cardíaca”, de acordo com um boletim que anuncia a parceria, lançado na terça-feira.
Especificamente:
“A pesquisa irá considerar padrões de práticas inovadoras, medição de performance, administração de condições co-mórbidas, processamento de cuidado e implicações econômicas. A pesquisa irá também influenciar os recursos científicos e analíticos do Optum Labs para ajudar a entender pontos no cuidado contínuo do paciente onde novos produtos e serviços – existentes ou potenciais – podem aumentar a eficiência da entrega de cuidados, o valor do cuidado e a administração da saúde da população global.”
Essas colaborações entre contribuintes e companhias de dispositivos médicos são críticas em meio a mudanças tectônicas no mercado do cuidado com a saúde. Isso ajuda os desenvolvedores de dispositivos a entenderem quais terapias funcionam e onde as terapias devem ser desenvolvidas, ao invés de cegamente adicionarem recursos em tecnologias existentes e cobrarem caro por isso. Esse modelo de desenvolvimento de produto e vendas está, em grande parte, quebrado.
Essas colaborações também ajudam os contribuintes a administrarem os custos melhor, como eles podem usar seus conhecimentos de quais terapias têm melhores resultados para tomarem decisões seguras.
A Boston Scientific não é a única empresa de dispositivos médicos que está colaborando com uma grande empresa de seguros.
No começo de março, o CEO da Aetna anunciou que a empresa está trabalhando com a Medtronics para combater a insuficiência cardíaca e a diabetes. A colaboração deles não é em pesquisa, mas no final as duas têm diferentes abordagens para a diminuição dos custos da administração de condições crônicas.
A decisão dos desenvolvedores de dispositivos de trabalhar com contribuintes pode ter vindo tardiamente, mas, no entanto, é um passo na direção correta. Agora todos estão focados em diminuir os custos e melhorar os resultados clínicos, o que é um bom começo.
Traduzido e adaptado de: MD+DI Online