Sucesso, em poucas palavras, tem a ver com: efetividade, eficiência, comprometimento e atitudes organizacionais, satisfação dos funcionários, satisfação dos pacientes – e estes fatores têm diferenças de importância para cada decision-maker. A consideração dos custos e dos benefícios, deve ser incluída na medida de eficiência? A implementação dos sistemas deve ser avaliada pela consequente redução de tarefas administrativas? No final, a questão sobre o sucesso de um sistema se torna uma questão de sucesso para quem?

Sucesso, então, é um conceito dinâmico e multi-dimensional, que pode ser definido de formas diferentes de acordo com as partes envolvidas e com o passar do tempo. É importante que todas as partes envolvidas estejam cientes de que parâmetros são utilizados.

Alguns mitos existem na implementação de Sistema de Informação em organizações de saúde:

Mito 1: Implementação de Sistema de Informação é só uma mudança técnica:

A mudança de processos gera um workflow diferente, muda as relações interpessoais já existentes na sua empresa. Ela não deve ser considerada como, somente, uma adição tecnológica à empresa, pois pode gerar baixa taxa de adesão dos funcionários e de sucesso.

Mito 2: Você pode deixar a implementação por conta da equipe de TI:

Como mudança sócio-técnica, não somente a TI deve ser responsável pelo projeto. Como parte do grupo, deve haver um funcionário que utilizará a ferramenta no dia-a-dia e um executivo de alto cargo na empresa.

Mito 3: Implementação de SI pode ser totalmente planejada, inclusive a reformulação necessária da organização:

Ter uma previsão para os efeitos da nova tecnologia em uma organização é necessário, mas não se pode ter tudo previsto, devido à complexidade organizacional de um serviço de saúde e do tipo de cuidado envolvido nestas atividades.

Por ser algo da rotina de gestores, alguns aspectos são óbvios e automáticos, mas, por outro lado, muitas vezes são esquecidos. A implementação, então, é um processo de mútua transformação. A organização é afetada pela inserção da nova tecnologia, mas a tecnologia é inevitavelmente afetada pela dinâmica da organização. A resistência do futuro usuário (médicos, enfermeiros, etc) e os resultados abaixo do esperado podem ser obstáculos e barreiras pós-implementação. Aceitar a inevitável incerteza do procedimento é um dos passos mais difíceis a serem tomados, mas a obsessão por controle e planejamento deve ser reposta por uma obsessão por experimentação e aprendizado mútuo para que melhores decisões sejam tomadas.

Texto baseado em artigo científico publicado no International Journal of Medical Informatics.