A equipe de Ginecologia Oncológica do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), juntamente com o apoio da diretoria e das equipes da oncologica clínica, anestesia e UTI, aplicou uma técnica para o tratamento dos tumores de ovário, com carcinomatose peritoneal, que pode aumentar as taxas de sobrevida de pacientes oncológicos. O procedimento é denominado de Citorredução com Quimioterapia Intraperitoneal em Hipertermia (QIPH).
Após avaliação detalhada do caso de uma paciente portadora de um carcinoma localizado nos ovários e disseminado para intestino e peritônio, foi recomendado que a mesma fosse submetida ao tratamento cirúrgico específico, realizado com sucesso. Esse procedimento somente pode ser realizado em grandes Centros de Referência em Oncologia. No país, estima-se a ocorrência de menos de 1.500 cirurgias semelhantes.
“O procedimento é indicado apenas para alguns tipos de câncer, e que apresentem disseminação da doença para a membrana que reveste a cavidade abdominal, o peritônio. Nestes casos ele acaba sendo mais eficaz, pois consegue-se atingir uma dose maior da quimioterapia. A temperatura elevada entre 39° e 42° serve para potencializar o efeito da medicação na eliminação das células tumorais”, explica o ginecologista do IBCC, Dr. André Lopes, responsável pelo procedimento.
A Associação da Cirurgia Citorredutora à QIPH é um procedimento que requer estrutura médico-hospitalar adequada, em que a atuação multiprofissional de cirurgiões oncologistas, oncologistas clínicos, anestesiologistas, intensivistas, fisioterapeutas e nutricionistas deve ser integrada para que se obtenha sucesso terapêutico. “Foi grande o empenho de todos para que o procedimento fosse realizado. Desde a equipe médica, com o suporte da Diretoria do IBCC, além da colaboração e desempenho dos outros setores do hospital”, ressaltou o Dr. André.