O 1º Fórum Feridas reuniu nesta quarta-feira (20), em São Paulo, profissionais da saúde que discutiram e se atualizaram sobre diversos temas que envolvem feridas. Entre elas, os problemas ligados aos casos crônicos, considerado um dos mais graves problemas de saúde pública no Brasil, a importância da boa cicatrização, entre outros temas. O evento aconteceu durante HOSPITALAR Feira e Fórum.
As feridas crônicas atingem cerca de cinco milhões de brasileiros. Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) demonstram que esta doença já é a 14ª maior causa de afastamento do trabalho no país, com mais de 200 mil trabalhadores afastados de maneira temporária ou permanentemente. Segundo a enfermeira, Mara Blanck, 70% a 80% das lesões de pequeno porte podem passar a ser uma ferida crônica, caso o paciente não tenha o acompanhamento adequado dos profissionais de saúde e o pós-internamento não seja condizente aos cuidados requeridos pelo problema. Casos mais complexos como úlcera de perna e úlcera de pressão e pé diabético exigem mais cuidados para cicatrizar.
“Atualmente, as indústrias farmacêuticas inovam com relação ao principio ativo dos seus produtos de forma que sejam mais eficazes também dando a ferida uma melhor forma de cicatrização e melhor custo para o sistema de saúde evitando a sua troca diariamente. O uso de métodos mais simples demanda tempo mais prolongado, maior desconforto aos pacientes e maiores custos de tratamento; aumento do número e duração das internações hospitalares, além do uso mais frequente de antibióticos e curativos”, completa Mara Blanck, que é presidente da Sociedade Brasileira de Enfermagem em Feridas e Estética (SOBENFeE), uma das organizadoras do Fórum, e presidente da Sociedade Iberolatinoamericana de Úlceras e Feridas (SILAUHE).
Os cuidados com os pacientes portadores de feridas complexas precisam ser expressivos para que não ocorra uma amputação e, por isso, são necessárias políticas de atenção a pacientes. “O Sistema Único de Saúde (SUS) deve prover ações que garantam a assistência devida à condição do mesmo, com ampliação dos recursos para implantação de linhas de financiamento especializado, bem como melhorias dos programas de atendimento domiciliar por conta dos cuidados pós-internamento”, destaca Mara Blanck.