A Agência de Promoção de Exportações Brasileiras (APEX) lançou ontem (16/06), durante a Feira Hospitalar, o projeto Brazilian Healthcare Products and Services (BHPS). Após a implantação do Projeto Setorial Integrado para as indústrias de equipamentos médico-hospitalares, a agência quer ampliar as exportações do setor de saúde, vendendo a assistência médico-hospitalar, programas de ensino e pesquisa e engenharia consultiva. ?O futuro das exportações brasileiras passa pelo setor de serviços?, avalia o presidente da Apex, Juan Quirós. A Apex realizou um estudo que identificou a demanda de serviços de saúde por países africanos, latino-americanos e do Oriente Médio e concluiu que os hospitais brasileiros têm capacidade para oferecer o mesmo atendimento das instituições americanas e européias por valores até três vezes mais baixos. ?Temos hospitais de altíssimo nível e podemos pleitear essa fatia do mercado. O próximo passo é participar de licitações internacionais de governos e agências humanitárias?, afirma Quirós.
Inicialmente, 18 hospitais integrarão o projeto, nove já estão cadastrados. As especialidades serão: cirurgia plástica, cardíaca e vascular, transplantes, terapias de seqüelas (conflitos bélicos) e oftalmologia. Os cursos de capacitação, oferecidos pela Fundação Zerbini e Associação de Medicina Intensiva, serão voltados para enfermeiros, paramédicos e nutricionistas.
O BHPS receberá, inicialmente, R$1,5 milhão de investimentos, 30% a 50% dos valores serão financiados pela APEX e o restante pelos integrantes do projeto. A primeira ação será em uma feira na Jordânia, em setembro, para apresentar as empresas brasileiras ao mercado iraquiano.
Um dos integrantes do projeto, o Hospital Sírio-Libanês espera que, nos próximos cinco anos, 15% a 20% de seus pacientes sejam estrangeiros. ?Sabemos que nosso hospital tem uma condição técnica privilegiada é altamente competitivo frente aos hospitais internacionais de primeira linha. Com o crescimento do health turism em 15% a 25% ao ano, acredito que é possível equiparar nosso número de pacientes estrangeiros com os índices dos hospitais americanos e europeus?, avalia o superintendente corporativo, Maurício Ceschin. Hoje, cerca de 3% dos pacientes vêm de outros países, principalmente da América Latina.
No Hospital Samaritano, que recebe 2% dos pacientes do exterior, a expectativa é dobrar esse número nos próximos dois anos. Segundo o superintendente José Antônio Lima, o novo prédio, a ser inaugurado no segundo semestre, deverá ter produtos específicos para pacientes estrangeiros.
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